A Contraf-CUT realizará o III Fórum Nacional pela
Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, nos dias 11 e 12 de abril, em
Curitiba. Bancários de todo o país vão se reunir com o objetivo de debater as
práticas discriminatórias que favorecem somente aqueles que hegemonicamente
detém o capital, segregando e precarizando as relações e as condições de
trabalho na sociedade, a fim de concentrar riquezas.
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O II Censo da Diversidade, divulgado pela Fenaban em 2014,
mostrou que, dos 500 mil bancários que atuam no setor, somente 24,7% dos
trabalhadores nos bancos brasileiros são negros. Deste percentual, apenas 3,4%
se declararam pretos, nesta mesma pesquisa, nem aparece os dados da mulher
negra. Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, os
dados demonstram a importância do debate neste terceiro fórum. "Os bancos
continuam com suas políticas discriminatórias, tanto na contratação, como na
ascensão profissional e na remuneração, onde os negros ganham 87% dos salários
dos brancos. Isso mostra que teremos uma luta árdua pela frente para acabar com
essa discriminação na categoria bancária e adequar a nossa realidade. Vale
lembrar que, segundo o IBGE, em julho de 2014, a população brasileira era de
202,7 milhões de habitantes, das quais, 53% é composta de negros",
acentuou Almir Aguiar.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) de 2013, do IBGE, apontam que os negros são mais da metade da população
brasileira. São 52,9% do total daqueles que se declaram pretos e pardos. Na
Câmara dos Deputados, por exemplo, quase 80% dos deputados se declararam
brancos. Nos espaços acadêmicos, de um total de 387,4 mil pós-graduandos, somente
112 mil são negros. Mesmo com todos os avanços das políticas afirmativas e do
Estatuto da Igualdade Racial, ainda assim, o espaço dos negros no meio
acadêmico representa apenas 28,9% do total.
"O preconceito e a discriminação estão em todos os segmentos
profissionais, e nós temos que lutar para o fim dessas práticas no trabalho e
na vida. E os bancários, têm sido protagonistas nas lutas pela igualdade de
oportunidades, e pelo fim de todas as formas de preconceito”, disse Almir. *Contraf/CUT
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