A cláusula 57ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT
2015/2016), que dispõe sobre o desenvolvimento de programas para a melhoria
contínua das relações de trabalho nos bancos, é um dos temas da mesa bipartite
de saúde que será retomada com a Fenaban, no dia 24 de fevereiro. Antes do
encontro com os bancos, porém, a Contraf-CUT realiza, na próxima segunda-feira,
15 de fevereiro, das 10 às 17h, um seminário nacional para discutir o tema no
Auditório da Contraf-CUT, em São Paulo.
|
A nova cláusula representa uma importante conquista da
categoria bancária em 2015, depois de 21 dias de greve. O encontro, na sede da
Confederação, em São Paulo, será voltado para coordenadores das COES,
integrantes do Coletivo Nacional de Saúde e do Comando Nacional, mas está
aberto a todos os dirigentes sindicais.
O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Walcir Previtale,
explica que a cláusula foi incorporada na CCT 2015/2016 após as conclusões do
Grupo de Trabalho (GT) para analisar as causas dos afastamentos no setor
bancário.
"Algumas das conclusões apontaram para uma frequência maior
de adoecimento no segmento de gerentes da área comercial dos bancos. As doenças
mentais aparecem com muita força no levantamento realizado pelo GT. As LER/DORT
também continuam atingindo a saúde dos trabalhadores bancários. E esses
problemas possuem estreita relação com o processo e organização do trabalho
bancário”, relata Walcir, ao destacar, também a importância de discussão na
nova cláusula.
"A responsabilidade da Contraf-CUT e da Fenaban, quando
assinam uma cláusula, que prevê a abordagem desses temas, é muito grande. Por
isso, o Seminário Nacional, no próximo dia 15, pretende debater e organizar a
nossa atuação nas comissões que debaterão junto aos bancos" completa o secretário.
O processo negocial com a Fenaban em 2015 foi marcado por intensos debates a
respeito da imposição de metas abusivas e o risco que representam para a saúde
dos trabalhadores em todo o país. Pela primeira vez, as instituições bancárias
reconheceram excessos na cobrança de metas e aceitaram negociar as soluções
visando a melhoria das relações e das condições de trabalho dentro dos bancos.
Instituição de comissão paritária nos bancos
A cláusula 57ª determina que a Fenaban institua, em cada
banco, uma comissão paritária, constituída por representantes das COE’s
(Comissão de Organização dos Empregados), da Contraf-CUT e do empregador, para
acompanhamento e implementação de políticas que intervenham nos ambientes de
trabalho, com objetivos de melhorar as relações e condições de trabalho.
"Para a representação dos trabalhadores, a melhoria das
relações de trabalho somente é possível com condições de trabalho adequadas aos
empregados, num ambiente de trabalho saudável, livre de assédio moral e da
imposição de metas abusivas, livre de adoecimentos e afastamentos",
defende Walcir Previtale. *Fenae
|