Pela manhã, a Câmara dos Deputados realiza o III Seminário LGBT que antecede a 2ª Marcha Nacional contra a Homofobia. À noite, acontece a partir das 19h, a Vigília da Campanha Latino-Americana “Curas Que Matam”, em frente ao Museu Nacional - Brasília, atividade organizada pela ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).

Este ano, mais do que nunca, a data ganha um ar especial. Isso porque tramita no Senado Federal o Projeto de Lei Complementar 122/06, que criminaliza a homofobia e, se aprovado, punirá na forma da Lei os crimes resultantes de discriminação e preconceito. A luta não vai ser fácil, conforme relata Zezinho Prado, coordenador do Coletivo Nacional LGBT da CUT.

Uma demonstração das dificuldades que enfrentarão os movimentos LGBT pode ser vista na última quinta-feira, 12. Estava previsto para este dia a votação do texto na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), mas uma manobra da bancada conservadora ligada a setores da igreja e aos militares retirou o projeto de pauta.

“A gente previa essa dificuldade no Congresso Nacional. Mas essa é a luta que está posta para nós e vamos encarar com muita pressão e mobilização e com certeza ratificaremos esta conquista que será um avanço na questão da civilidade e da cidadania”, pontua Zezinho, destacando que não há justificativa para que argumentos homofóbicos sejam usados como preceitos para o preconceito e negação de direitos.

É neste de clima de mobilização e pressão que lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais de todo o país vão a Brasília na quarta-feira, 18, para participar da 2ª Marcha Nacional contra a Homofobia que, neste ano, estará promovendo um grito pela cidadania LGBT e pela criminalização da homofobia no Brasil. A concentração está marcada para as 9h na Esplanada dos Ministérios, em frente à Catedral Metropolitana de Brasília.

A CUT está mobilizando sua militância para estar presente na atividade. Os movimentos utilizarão também a Marcha como ponte comemorativa à decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) que dá a casais do mesmo sexo o direito a união estável.