Para cortar despesas, o banco adotou esta medida em todo o país,
causando a demissão, em Porto Alegre, de mais de 100 vigilantes das
empresas terceirizadas que prestam serviço nas agências. Eles faziam o
revezamento do horário de intervalo, a chamada rendição de almoço (RA).
Enquanto isso, o Santander lucrou R$ 6,6 bilhões nos primeiros nove
meses de 2016.
Cinicamente, o banco diz que os vigilantes podem "almoçar” às oito
horas da manhã ou depois do final do expediente. "Já oficiamos o banco,
pedindo a revogação dessa medida absurda, também fizemos um protesto na
frente à agência Centenária, na última quarta-feira, mas não houve
resposta nenhuma e tivemos que adotar essa atitude mais drástica”, disse
o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Sul, Loreni Dias.
Faixas, cartazes e panfletos denunciaram a situação à população:
"Este banco não respeita os direitos dos vigilantes”, "Santander não
permite que os vigilantes almocem”, "Banco quer escravizar os
vigilantes”, eram algumas das frases mostradas à clientela do Santander.
"Quero lhes desejar boa sorte, a população não sabe a pressão que os
trabalhadores, em todos os setores, estão sofrendo hoje em dia,
particularmente vocês”, disse uma senhora que passava em frente ao
banco. O Sindivigilantes do Sul, que tem como base mais de 300 municípios no
Estado, agora está mobilizando sindicatos de outras cidades, como
Pelotas, Novo Hamburgo, Uruguaiana e Lajeado, a se juntarem à
mobilização, bem como de outros estados, com o apoio da Confederação
Nacional dos Vigilantes (CNTV).
"O Santander não faz ideia do prejuízo que isso vai trazer para sua
imagem no país todo, pois quem vai querer ser cliente de um banco com
mentalidade escravocrata, que impede os trabalhadores até mesmo de
almoçar?”, ressaltou o presidente Dias. O sindicato também ingressou com
ação judicial solicitando o cumprimento imediato da CLT, que garante o
intervalo para descanso e as refeições a todos os trabalhadores.
O protesto contou também com o apoio da CUT-RS e do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região. *Imprensa/ Sindvigilantes do Sul |