O instituto segue o critério de classificação socioeconômica da Secretaria de Assuntos Estratégicos. As famÃlias inseridas na classe média têm renda mensal entre R$ 1.110 e R$ 3.875. Elas somam 31,4% da famÃlias ou 54% dos domicÃlios brasileiros.
No recorte por região, a maior concentração de brasileiros com casa própria está no Nordeste (80%). O menor número está no Centro-Oeste. Nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e o Distrito Federal, a posse de casas e apartamentos é de 62%, enquanto 28% são residências alugadas e 10% cedidas.
"As pessoas no Nordeste passaram a ter uma relação mais forte com o seu local de moradia, com a sua terra. Isso também é consequência da diminuição da migração e do aumento do emprego na região", diz Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular.
O levantamento também apontou que 7,9 milhões de famÃlias pretendem adquirir um imóvel nos próximos dois anos. "Essa demanda de quase 8 milhões não pode ser traduzida pela fuga do aluguel. Na verdade, estamos falando de novas famÃlias que estão surgindo e que não querem morar na casa dos pais", afirma Meirelles.
Na prática, de acordo com ele, existe uma nova geração de brasileiros que está constituindo famÃlia. "A classe C ganha 1,2 milhão de novas famÃlias por ano. Parte é de pessoas que estão casando e constituindo famÃlia e parte é de pessoas que saem da classe D", afirma o diretor do instituto.
Em 2009, de acordo com o Data Popular, a quantidade de brasileiros da classe média que pretendia adquirir um imóvel era bem inferior a atual, de apenas 2 milhões de famÃlias. "Esse crescimento pode estar relacionado com o Minha Casa, Minha Vida (programa habitacional do governo federal). Para uma parcela da população, o programa mostrou que é possÃvel adquirir um imóvel", afirma Meirelles.
A pesquisa também mostra que 8 em cada 10 famÃlias que pretendem comprar um imóvel usariam um financiamento. As demais pagariam com recursos próprios à vista ou por meio de consórcio.
A alta demanda por financiamento imobiliário deve ajudar a impulsionar o crédito do setor. A expectativa é que o crédito habitacional represente a maior fatia da carteira da pessoa fÃsica a partir deste ano, ultrapassando o pessoal.
Em 2012, a diferença foi pequena, segundo dados do Banco Central. O crédito habitacional representou 25% de toda a carteira fÃsica. O resultado foi 0,3 ponto porcentual menor do que o pessoal. Os principais motivos que pesaram para o crescimento do crédito imobiliário nos últimos anos foram as taxas mais acessÃveis e o aumento da renda e do emprego.
*Estadão |