Segundo o relatório divulgado em 23 de junho, o RS e outros
estados enfrentam dificuldades no sistema de saúde por conta, principalmente,
da iniciativa de alguns hospitais em solicitarem a revisão dos valores pagos em
casos de tratamento de pacientes com Covid-19.
Entre os atendidos pela Cassi em todo o Brasil, há 2.389
casos confirmados para a doença originada pelo novo coronavírus. Destes, 227
vieram a óbito. A operadora já autorizou 20 mil exames para o vírus.
Além disso, a situação vem se agravando, conforme
informações da própria Cassi, por conta das medidas de flexibilização da
quarentena em diversos municípios do país, como o retorno progressivo das
cirurgias eletivas em diversas localidades e reabertura de comércios e
shoppings. Também contribuíram para o aumento dos casos a indisponibilidade ou
demora para a obtenção de resultados laboratoriais; aumento do contágio de
Covid-19 no quadro próprio da CASSI; chegada do inverno e aumento dos casos de
doenças respiratórias comuns.
Relaxamento do
isolamento social
A diretora da Fetrafi-RS Cristiana Garbinatto, funcionária
do Banco do Brasil e membro do Conselho de Usuários da Cassi-RS, destaca que esse
aumento reflete o relaxamento do isolamento social. "Precisamos que os governos
ampliem os cuidados com a população e que os banqueiros façam sua parte.
Manutenção do grupo de risco em casa, rodízio entre os colegas que estão nas
dependências, home office para 100% dos funcionários de áreas meio e
departamentos, testagem para todos, protocolos claros para casos de
contaminação, cuidar dos terceirizados, medição de temperatura dos clientes são
exemplos de atitudes que devem ser adotadas”, alerta.
Cristiana ressalta, ainda, que há situações "bizarras” no
Banco do Brasil, como o fato de os Escritórios Digitais, que só atendem
clientes de forma remota, possuirem funcionários trabalhando presencialmente.
"Os funcionários vão até o escritório para responder e-mails e atender ao
telefone. Isso é absurdo, porque temos tecnologia de sobra para deixar todos
esses colegas em home office”.
Retrocesso nos
cuidados
Situações "bizarras” como essas, porém, não são exclusivas
do Banco do Brasil. Em diversos bancos, a gravidade da pandemia parece não ser
considerada. Já houve casos de agências em quase todos os bancos, por exemplo,
que tiveram funcionários testados positivamente para a Covid-19 e os protocolos
para fechamento imediato, higienização e troca de equipe não foram seguidos à
risca.
Segundo a diretora de Saúde do(a) Trabalhador(a) da
Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, o coronavírus está chegando a todos os
bancos. "Todo dia temos conhecimento de novos casos entre a categoria bancária
e denúncias de que os bancos estão retrocedendo nos protocolos negociados com o
movimento sindical e por muitas vezes até não cumprindo decretos municipais e
estadual. Precisamos ficar sempre na defesa da saúde, da vida e do cumprimento
das medidas de segurança”, enfatizou Denise.
A diretora lembra, ainda, que as representações dos
bancários estão cobrando a dos bancos que façam a testagem em massa dos
trabalhadores e das trabalhadoras da categoria, inclusive dos(as)
terceirizados(as).
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