Vale lembrar que o Banrisul historicamente lança editais para promover a cultura gaúcha, o que tem sido fundamental para estimular a produção local. O que chama a atenção no atual documento é que os critérios de seleção não são culturais. Em vez de observar a importância daquele artista para sua cidade, região ou comunidade, o banco elege critérios que estão mais relacionados ao "marketing digital”, pois beneficia quem trabalha melhor suas redes e alcança mais pessoas.
Outro ponto que artistas locais tem chamado atenção é que, com estes critérios, o projeto deve ser monopolizado por músicos que tocam as músicas do momento, como sertanejo. Músicos que tocam Música Populares Brasileira (MPB), Música Popular Gaúcha (MPG), reggae e outros estilos não tão populares hoje devem ser alijados do processo.
"Como banco público, o Banrisul tem o dever de fomentar a cultura gaúcha, um papel que tem desenvolvido com louvor há décadas e temos certeza que continuará desenvolvendo. Não temos como não elogiar o projeto neste sentido. Mas é preciso pensar efetivamente na cultura, em estimular a produção de artistas locais, e não priorizar apenas o alcance da marca”, analisa o funcionário do Banrisul e presidente do SindBancários e funcionário do Banrisul, Luciano Fetzner.
Já a funcionária do Banrisul e diretora de Cultura, Esportes e Lazer do SindBancários, Ana Guimarães, entende que o banco precisa ajustar seu edital. "O Banrisul precisa retomar as ações do passado, pensar efetivamente na cultura. A gente espera um edital que leve em consideração a importância daquele projeto para o Estado, para uma cidade, que traga elementos que comprovem que os recursos do banco estejam sendo investidos em projetos transformadores, independente se o artista é conceituado ou não”, observa.  Fonte: SindBancários Porto Alegre e Região |