O diretor de Comunicação da Fetrafi, Juberlei Bacelo, abriu o seminário pela manhã e enfatizou que as redes sociais estão sendo usadas para atacar as democracias e que é preciso compreender o papel do movimento sindical dentro do contexto político-social. "Precisamos fazer a disputa de ideias, para que a gente possa ganhar a consciência dos trabalhadores para a necessidade de fortalecer os sindicatos", destacou.
Ademir Wiederkehr, secretário de Comunicação da CUT-RS falou sobre as iniciativas da Central para melhorar a comunicação com os trabalhadores e a sociedade, e denunciou: "Nunca vi um controle dos meios de comunicação tão grande quanto hoje, não fazem o contraponto. É por isso que precisamos potencializar as mídias alternativas."Â
Informação e Desinformação
No painel "Informação e Desinformação”, a jornalista e pesquisadora Marília Gehrke ressaltou os desafios para combater a "desinformação", e não "fake news", como são chamadas as mentiras que circulam na internet. "Falar em ‘fake news’ é associar o jornalismo à mentira e isso é um tiro no pé. Então, a gente deve chamar de desinformação, que é um fenômeno maior", afirmou.Â
Segundo ela, as principais fontes de informação da população, hoje, são o Facebook, o WhatsApp e o YouTube, meios onde também há muita desinformação. "O problema é que essas redes sociais têm um efeito bolha, a gente só se comunica com quem está na mesma bolha. A gente recebe só informações de um lado", destacou.
O jornalista Marco Weissheimer, do Portal Sul21, falou da importância de ouvir os diversos grupos representados na sociedade e de fortalecer a mídia alternativa. "Temos a percepção de um Brasil que já não existe mais. O país é outro e temos um desconhecimento com relação a ele. Pensar novas formas de comunicação exige que conheçamos esta nova realidade", concluiu.
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Weissheimer apresentou, também, uma pesquisa que identificou os grupos de eleitores do presidente Jair Bolsonaro, e quais os argumentos usados para ganhar esses votos durante a eleição. Para ele, é preciso entender as suas demandas e pensar mais na distribuição, circulação, recepção e percepção do conteúdo produzido pela esquerda brasileira.Â
Comunicação unificada
Na parte da tarde, a jornalista Aline Adolphs, da assessoria de comunicação da Fetrafi-RS, apresentou dados de uma pesquisa realizada com os sindicatos de bancários do Estado sobre como é feita a comunicação dos filiados. Entre outras conclusões, descobriu-se que menos da metade dos que responderam à pesquisa (29 sindicatos) têm site poucos têm redes sociais.Â
O desenvolvedor Web Marcelo Almeida apresentou exemplos de sites responsivos e falou sobre a importância de criar layouts que se comportem bem em todos os dispositivos (computador, notebook, tablets e celulares). "Muitas pessoas abrem links para os portais a partir das redes sociais e pelo celular. Por isso, é importante que os sites estejam preparados para receber esse tráfego", defendeu.
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Encaminhamentos
Os participantes do seminário fizeram sugestões para melhorias na comunicação da categoria. Entre elas, a criação de um portal dos bancários que dê destaque às notícias nacionais, estaduais e do interior. Outra ideia foi a criação de um cronograma de oficinas de formação na área.
A diretora da Verdeperto, Zaira Machado, destacou que o momento é de somar forças e não de dividir. As assessorias de comunicação dos sindicatos serão fundamentais, segundo ela, na construção de alternativas para a comunicação das entidades com toda a sociedade.