Demorou, mas saiu o balanço do Banco do Brasil referente à 2018. O banco teve um lucro líquido ajustado de R$ 13,513 bilhões no período, atingindo uma alta de 22,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os lucros do BB, entretanto, foram conquistados às custas dos trabalhadores e trabalhadoras do Banco. "Tivemos muitos descomissionamentos no período, retirada do direito à Cassi aos novos funcis, sobrecarga de trabalho, filas gigantescas nas agências”, lembra a diretora da Fetrafi-RS Cristiana Garbinatto, funci do Banco do Brasil.

"Uma empresa que lucrou tanto através do trabalho forte dos seus funcionários e funcionárias, precisa dar o retorno. Esperamos que as negociações da Cassi sejam tratadas com a seriedade necessária e o terrorismo implantado pelas rodadas de descomissionamentos tenha fim”, cobra a representante da Fetrafi-RS.

O último concurso para contratação de funcionários para o BB no Rio Grande do Sul foi em 2013 e venceu em 2015. De lá para cá, muitas pessoas se aposentaram, foram transferidas ou pediram demissão. Não houve reposição de pessoal, segundo Cristiana, e, além disso, o investimento nas agências também não ocorreu. "Estão sucateadas”, frisa.

De acordo com o balanço, a carteira de crédito do BB ainda é a maior do país. O Banco avançou nas linhas de consignado, financiamento imobiliário, cartão de crédito e empréstimos pessoais. Recuou, entretanto, em financiamento de veículos, cheque especial e CDC salário.

Os financiamentos para pessoas jurídicas também tiveram um recuo de 4,6% em 12 meses, o banco ainda encolheu 5% nas operações com médias e grande empresas e reduziu em 16,1% do seu portfólio de micro e pequenas.

A boa notícia é que o crédito rural foi mantido, apesar de uma queda de 0,1% em dezembro frente a setembro, mas uma alta de 3,2% em relação ao fim do ano de 2017. Para este ano, o Banco prevê um crescimento de 3% a 6% em sua carteira de crédito.