Para entender o que o futuro nos reserva, a Federação dos
Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul
(Fetrafi-RS) elencou cinco principais desafios para este ano. Veja a lista
abaixo.
1.
Reforma da previdência
O presidente Jair Bolsonaro deixou claro que vai mexer no
sistema da Previdência. "Além de aumentar a idade mínima de 65 anos para homens
e 60 para mulher, se fala em criar a tal da capitalização que só tem um único
objetivo: favorecer os bancos. Não podemos permitir isso, se não provavelmente
as próximas gerações não terão direito à aposentadoria”, alerta o diretor de
comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo.
O modelo que o governo deve apresentar se assemelha ao do
Chile, uma espécie de "poupança”, que acaba com a contribuição patronal. Nele,
cada empregado deposita 10% do seu salário em uma conta individual,
administradas por empresas privadas que cobram taxa de administração.
2.
Defesa dos bancos públicos
O
modelo neoliberal defendido por Bolsonaro e sua equipe econômica prevê a
privatização das empresas públicas. Os bancos possivelmente não escaparão desse
plano.
Os
bancos públicos, porém, são um patrimônio importante dos brasileiros. Vendê-los
coloca em risco a soberania nacional, pois o poder econômico estrangeiro está
de olho nessa oportunidade.
O
Banrisul também está ameaçado, visto que o Estado possui uma dívida com a União
e que esta vem exigindo a venda do banco para garantia do pagamento. Mas o
governador eleito, Eduardo Leite, prometeu em campanha que não venderia o
Banrisul. Será que ele vai cumprir a promessa?
3.
Garantia dos direitos trabalhistas
A reforma trabalhista acabou com uma série de direitos
conquistados historicamente pelos trabalhadores. A nova lei abriu brechas como
a jornada de 12 horas e a flexibilização das relações de trabalho, favorecendo
o patrão.
Pelo que se sabe desde a campanha eleitoral, Bolsonaro quer
aprofundar a reforma e deve criar até mesmo uma outra carteira de trabalho para
quem não aderir à CLT. Segundo o presidente "é horrível ser patrão no Brasil”.
"Temos que lutar para não aceitar a precarização do trabalho
como um instrumento que só vai gerar mais lucro para a classe patronal”, afirma
Bacelo.
4. Segurança bancária
Os bancários lutaram durante décadas para que os bancos
tivessem mais segurança, tanto para os funcionários quanto para os clientes.
Dessa luta resultaram as portas giratórias, os detectores de metal, entre
outras medidas.
Infelizmente, os assaltos continuam e se transferiram, em
grande parte, às pequenas agências do interior, onde o efetivo da polícia não
chega ou quando chega, é insuficiente para atender à demanda. Um levantamento do
Sindbancários Porto Alegre e Região indicou que dois terços dos municípios
gaúchos já tiveram agências bancárias assaltadas nos últimos dez anos.
Duas agências bancárias de Ibiraiaras entraram para a
estatística em dezembro passado. Da ação dos bandidos, resultou a morte do
funcionário Rodrigo Mocelin da Silva, 37 anos.
Por isso, a Fetrafi-RS vai intensificar sua atuação para
garantir a segurança bancária e deve marcar em breve uma reunião com o
secretário de Justiça e Segurança do Estado para discutir a questão.
5. Fortalecimento dos sindicatos
Os
sindicatos, não só dos bancários, mas de todas as categorias, ficaram
enfraquecidos com o fim da cobrança automática da contribuição sindical e vêm
sendo atacados pelo novo governo, que é contra a organização dos trabalhadores
para reivindicarem seus direitos. A lógica é do "cada um por si”.
Por
isso, vamos trabalhar para fortalecer as entidades de classe para que possam
fazer a defesa dos outros pontos colocados neste artigo e demais lutas dos
trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil.
Para
saber mais sobre os desafios para os bancários em 2019, assista o vídeo abaixo
e curta a nossa página no YouTube.
Foto: Claudio Fachel/ Palácio Piratini/ Divulgação |