O presidente do SindBancários de Porto Alegre e Região,
Everton Gimenes, alertou que a campanha salarial que se avizinha será extremamente
dura para a categoria. Somente a mobilização, de fato, dos colegas bancários
pode garantir a manutenção dos direitos conquistados. De maneira taxativa, ele
pediu aos delegados que cobrem uma participação efetiva de toda a categoria. "Ou,
esse ano, a gente tem uma greve participativa, para que, de fato, os banqueiros
se sintam pressionados, e venham para a mesa de negociação, ou teremos uma
campanha salarial de retrocessos”, afirmou. Na sequência, o presidente da
CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou que com a nova lei trabalhista, em que o
negociado prevalece sobre o legislado, muitas categorias já estão perdendo
direitos. Para ele, é fundamental que a classe trabalhadora compreenda o atual
cenário que favorece apenas aos patrões. "Estamos em uma fase em que acabou a
ingenuidade”, enfatizou.
Bancários podem
perder direitos ao fim do acordo coletivo
O assessor jurídico da Fetrafi-RS, Milton Fagundes, apresentou
aos delegados sindicais alguns tópicos relacionados à nova legislação
trabalhista. A principal questão abordada foi o fim da ultratividade, que coloca
em risco alguns direitos dos trabalhadores previstos nos acordos coletivos. Com
o golpe na CLT, a partir de 1° setembro, quando vence o acordo coletivo,
direitos conquistados deixam de valer. É
o caso de gratificações, PLR, vale alimentação, entre outros. "Não sabemos como a Fenabam e os bancos irão tratar
deste tema. É por isso que a campanha salarial deste ano será antecipada. O
objetivo é chegar em setembro com tudo resolvido”, esclareceu. Sobre essa
questão, Milton salientou que o papel dos novos delegados sindicais será fundamental
para levar estas informações aos bancários e para engajá-los na campanha
salarial deste ano.
À tarde, os delegados sindicais se reuniram em grupos para
abordar questões referentes à cada um dos três bancos: Caixa, Banrisul e Banco
do Brasil. |