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Parcelamento de salários do Governo Sartori
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Artigo | 08/09/2017 | 11:09:30
Parcelamento de salários do Governo Sartori
Segundo a Juíza do TRT da 4ª Região, é necessário agirmos para promover mudanças
 

Em seu livro A Peste, Camus retrata uma comunidade que é acometida por uma misteriosa epidemia. Primeiro morrem os ratos. Depois, as pessoas começam a morrer, sem explicação. Em meio ao caos que ali se estabelece, enquanto alguns poucos lutam para descobrir as causas da doença e auxiliar os sobreviventes, muitas famílias seguem trabalhando, indo ao mercado e mesmo ao teatro. Desviam a pilha de cadáveres, não questionam porque a família ao lado não está mais lá. Apenas seguem suas vidas. O livro foi escrito em 1957, quando o mundo defrontava-se com os acontecimentos da segunda guerra mundial. Talvez seu principal recado seja a necessidade de compreendermos nosso tempo histórico, o que acontece ao nosso redor. E agirmos para promover mudanças.

Hoje, no Estado do Rio Grande do Sul, o salário dos servidores públicos não está sendo honrado. A grande mídia, porém, pula os cadáveres e segue em frente, dando notícias da Expointer e exaltando os esforços do governo em pedir o perdão da dívida ao Planalto. Agimos como se não houvesse o caos. Como se fosse natural retirar do trabalhador sua fonte de sustento, sujeitando-lhe a pedir empréstimos, generosamente oferecidos pelo banco do Estado, ou a humilhar-se junto aos credores.

No livro de Camus, a convocação: “Se hoje a peste vos olha, é porque chegou o momento de refletir”. Ao naturalizarmos o descumprimento da obrigação mais grave de quem toma trabalho (o pagamento do salário), permitimos que o discurso do mal menor se instale. A partir de agora, tudo é permitido, porque sequer a contraprestação pelo trabalho que o Estado segue tomando, de nossos professores e policiais, está sendo honrada. Como falar em reposição salarial? Como lutar para não perder garantias duramente conquistadas? Como argumentar contra a terceirização?

É urgente recuperarmos nossa capacidade de indignação e reconhecermos o calote. O Estado fez uma escolha. Dentre tantos gastos, optou por cortar salários. Não é razoável, não é necessário. É a maneira menos perigosa e mais fácil de cooptar o sentimento de todos, reforçando o discurso de que nada mais há a fazer. Como nos ensina Camus, a peste, muitas vezes, tem feição humana. Combatê-la implica evitar a postura de vítima e reconhecer a de carrasco. Implica, acima de tudo, não se acostumar ao mal, denunciá-lo e enfrentá-lo.

*Dra. Valdete Souto Severo
Juíza do Trabalho do TRT da 4ª Região (RS)

 
 
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