"Estamos lançando uma jornada que vai ser permanente, porque nós
estamos olhando para frente, para o futuro, observando o impacto da
reforma trabalhista e identificando que será necessário um processo de
preparação muito mais aprofundado por parte do movimento sindical para
enfrentar as campanhas salariais em um ambiente de recessão econômica",
afirma o o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.
Em entrevista à repórter Ana Flávia Quitério, para o Seu Jornal, da TVT,
Clemente explica que só a resistência e o debate com o patronato,
durante as campanhas salariais, podem evitar que as regras estabelecidas
pela nova lei sejam aceitas "na vida real". Ele também diz que, com as
mudanças na legislação, o movimento sindical precisará encontrar novas
formas de organização.Â
"A primeira delas é uma grande mobilização sindical, ou seja,
um grande trabalho de organização sindical, de mobilização, de
envolvimento das categorias dos trabalhadores nas negociações. Segundo, é
imaginar negociações e campanhas salariais diferentes, juntando
categorias, promovendo campanhas do setor metalúrgico, do setor da
indústria, do setor do comércio, juntando as entidades sindicais numa
campanha mais articulada", sinaliza o diretor do Dieese.
Os sindicalistas também preveem a necessidade de elevar o grau de resistência nas próximas negociações coletivas. "É
importante resistir. Não podemos admitir que os efeitos dessa reforma
se materializem. Significa menos salários, menos direitos, transforma
milhões de empregos em bico", diz o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio. *RBA |