Esta foi a sétima de uma série
de audiências cujo objetivo foi buscar melhorias para os funcionários
atingidos com os cortes de mais de nove mil cargos e perdas de salários
que chegaram a superar 70% da remuneração para centenas de funcionários.
Estava pendente a resposta do BB para os seguintes itens, conforme ata da mediação de 09 de junho:
a) apresentação de resposta do BB quanto à inclusão das comissões retiradas para fins do programa de adiantamento salarial;
b) apresentação de resposta quanto ao prazo de carência para início do pagamento das parcelas do adiantamento salarial;
c) apresentação de resposta quanto a inclusão do endividamento do
trabalhador em função de Consórcio assumido no rol das dívidas do
trabalhador, para fins de recebimento do benefício de adiantamento
salarial;
d) apresentação de resposta do BB quanto a possibilidade de o
adiantamento salarial ser concedido pela instituição independentemente
de haver dívida do trabalhador com o banco;
e) manifestar resposta definitiva quanto à manutenção do VCP por
prazo indeterminado ou com prazo de 12 meses (prazo este estabelecido
para recebimento de benefício pelos executivos que tiveram perdas);
f) informações atualizadas quanto às visitas realizadas no mês de julho e sobre a realocação dos funcionários.
Questionado pelo Ministério Público sobre as respostas, o Banco do
Brasil afirmou que em relação aos itens A até D, não apresentaria
nenhuma novidade, ficando o programa nos moldes como já estava
implantado.
Quanto à prorrogação da Vantagem em Caráter Pessoal (VCP), que
assegura a manutenção do salário, o banco foi enfático em afirmar que
não haverá prorrogação.
Sobre as informações das visitas nas agências, falado pelo BB na
audiência de junho, havia expectativa de que fossem realizadas mais
visitas e resultasse no aumento de dotação de algumas unidades. O Banco
respondeu que das 35 visitas previstas realizou apenas 8 visitas e
nenhum estudo foi concluído para aumento de cargos e dotação.
O banco afirmou que lançará um incentivo aos escriturários que
pedirem remoção para praças de difícil provimento. O MPT questionou o BB
sobre o público e, respondido que se trata de escriturários e não de
funcionários atingidos pela reestruturação, o MPT afirmou que o programa
atendia mais aos interesses do BB. A Contraf-CUT já havia feito esta
mesma afirmação na audiência anterior.
Foram colhidas durante a audiência uma lista de nomes e cargos de
nomeações feitas em vários locais sob suspeita não terem dado prioridade
aos funcionários que perderam os cargos. O Banco do Brasil ficou de
analisar cada caso e responder MPT.
O Banco também informou que hoje existem 2300 funcionários que perderam os cargos e não foram realocados em nenhum outro.
A procuradoras declararam encerrada a mediação e arquivará o processo
assim que o Banco do Brasil juntas os documentos com as respostas sobre
as nomeações.
BREVE HISTÓRICO:
Durante todo o processo de mediação a Contraf-CUT e Sindicatos sempre
cobraram uma postura mais firme do BB e do MPT no sentido de buscar
soluções para os funcionários que tiveram enormes prejuízos com a perda
de cargos e dos salários, provocada pelo processo de reestruturação.
O processo de mediação contribuiu para subsidiar as mesas de
negociação permanentes quando o assunto tratado era a reestruturação.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos
Funcionários do BB, foi importante o trabalho do Ministério Público como
também as mesas de negociação com o BB. "Avançamos na anulação dos
termos que obrigavam o funcionário em VCP a fazer horas extras mesmo em
cargos de 6 horas, conseguimos incluir a gratificação de caixa por
quatro meses e melhorias na priorização de quem estava em VCP. Contudo, o
sentimento nesta última audiência foi de frustração, uma vez que o
processo trouxe poucos avanços, considerando a imensa perda que os
funcionários tiveram. A não prorrogação da VCP nem a incorporação de
função aos que tinham mais de 10 anos seguidos de comissionamento, seria
uma forma do banco reparar financeiramente o grande prejuízo causado
aos funcionários apenas para cortar despesas, mesmo piorando o
atendimento em todos os locais.”
"O tempo foi cruel ao provar que a frase mais usada pelo banco de que
‘tudo vai dar certo no final’, foi errada. Não deu certo no final, pais
e mães de famílias tiveram seus salários reduzidos, 10 mil funcionários
a menos e o atendimento cada dia pior”, completou.
A Contraf-CUT acompanhará as ações judiciais em defesa dos
funcionários atingidos pela reestruturação e manterá o contato com o
Ministério Público sobre a evolução das realocações.
Clique aqui e veja a ata da reunião.