Diante das inconstitucionalidades encontradas em alguns pontos da reforma trabalhista, aprovada ontem (11),
a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT, acredita
que a Justiça pode barrar algumas mudanças. "Há muita
inconstitucionalidade ( na reforma), então acredito que a
Justiça do Trabalho e Supremo Tribunal Federal (STF) vão poder fazer
suas colocações, quando os processos aparecem no dia a dia", afirma. |
Gleisi foi uma das senadoras que ocuparam a mesa diretora do Senado
para tentar obstruir a votação do projeto. Segundo ela, diante da crise
política e "moral" da política brasileira, a matéria não poderia ser
votada. "Nós tivemos uma discussão sobre a mudança na CLT muito rápida
no Congresso Nacional. Não houve um debate adequado com a população como
deveria ter. Com a crise política do país, o Senado não poderia votar
um projeto tão grande como esse", critica.
A senadora reitera que a votação só foi feita às pressas porque o projeto atendia os interesses dos empresários e parlamentares, não do povo.
"Há uma maioria de senadores ali que representam a elite do país, pois
são empresários e milionários. Eles queriam votar uma reforma para seus
interesses próprios."
A oposição pediu que fosse votado ontem, pelo menos, um destaque. Um deles seria a alteração do projeto no item que permite o trabalho insalubre para grávidas e lactantes, aprovada pela maioria da Casa. "Como
está o texto atual, as mulheres grávidas que estiverem amamentando vão
poder trabalhar em lugar insalubre. Não existe mais a proteção que
tínhamos conseguido há muito tempo. É um projeto que retira os direitos
sociais conquistados", lamenta a senadora. *RBA |