Retirada de direitos, redução dos
postos de trabalho e privatização sem limites foram alguns dos temas abordados
na abertura dos Encontros Estadual de Empregados da Caixa e de Funcionários do
Banco do Brasil. Os eventos realizados pela Fetrafi-RS neste sábado, na sede da
entidade, em porto Alegre, começaram com um painel unificado sobre Conjuntura e
Bancos Públicos, seguido de atividades específicas por banco. |
O diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Baes
Bacelo fez explanações sobre o tema conjuntura, que também foi abordado pelo
diretor de Saúde da Cassi, William Mendes, com ênfase para os reflexos nos
bancos públicos.
De acordo com o dirigente da
Federação, o atual momento crítico na política do país volta a impor um novo
ritmo à luta em defesa dos bancos públicos. "Nós resistimos à onda neoliberal
dos anos 1990, que gerou inúmeras privatizações. Já em outros países da América
Latina como a Argentina, praticamente todas as instituições públicas foram liquidadas
naquela época. Vivemos no Brasil uma nova onda, gerada pela crise econômica
mundial e existe muita dificuldade na retomada do crescimento da economia.
Sempre que há crise, ocorre uma disputa sobre quem irá pagar por ela. Para o
capital são os trabalhadores que devem arcar com os efeitos da recessão. Então
o poder econômico começa a pressionar por um conjunto de reformas, visando a
retirada de direitos, com a desculpa de que estas medidas irão gerar mais
empregos”, analisa Juberlei.
Para o dirigente sindical a tarefa
colocada à classe trabalhadora é resistir aos ataques do governo ilegítimo, que
não tem qualquer responsabilidade política sobre os seus atos e reflexos
negativos para o futuro do País. "Apesar de todas as acusações, novas
denúncias, delações e prisões, que pesaram sobre Temer nas últimas semanas, o
governo tenta acelerar as votações das reformas”, destaca.
Embora ainda haja uma grande
necessidade de organização à classe trabalhadora para enfrentar os ataques em
curso de maneira eficiente, o diretor da Fetrafi-RS observa que a conjuntura melhorou
um pouco. "A medida em que as reformas avançam, as pessoas começam a
compreender o teor das medidas que estão sendo aprovadas e o quanto são ruins
pra os trabalhadores. Nós fizemos uma greve geral no dia 28 de abril, que
praticamente parou o País. Além disso, outras ações como a pressão específica
sobre os parlamentares em suas bases eleitorais e nos aeroportos, quando os
deputados embarcam para Brasília também fizeram efeito. Com isso, o Congresso
poderá adiar a votação da reforma da previdência para o segundo semestre”, avalia.
Segundo Juberlei, o sonho do
patronato brasileiro é extinguir todos os direitos dos trabalhadores. "Enquanto
categoria nós temos um conjunto de direitos garantidos através da Convenção e
dos acordos coletivos. Na campanha deste ano nós vamos para cima dos bancos
para manter isso. Será uma luta muito importante e poderemos até ir à greve em
defesa desses direitos”, garante o dirigente sindical.
Já o diretor de Saúde da Cassi,
William Mendes, que também foi membro do Comando Nacional dos Bancários e
ex-coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do banco do Brasil,
enfatizou que o momento é de unidade para todos em trabalhadores de bancos
públicos. "Nós perdemos 48 mil postos de trabalho nos últimos três anos. É
preciso entender como a unidade pode fazer a diferença para resistir e defender
direitos. Os bancos públicos têm papel de vanguarda porque a rotatividade menor
permite o acúmulo de experiências em cada campanha salarial. A maior parte dos
direitos trabalhistas conquistados neste País tem o dedinho dos bancários”,
afirma o diretor da Cassi.
*Comunicação/Fetrafi-RS Fotos: Anselmo Cunha |