Além da "compra de silêncio” do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), a
delação do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, também acusa
o presidente Michel Temer (PMDB) de antecipar informações de que o
Comitê de Política Monetária (Copom) cortaria a taxa de juros em 1 ponto
porcentual. A informação foi publicada originalmente pelo site
Antagonista e confirmada pela Folha de S. Paulo. |
Como parte de seu acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral
da República, Batista gravou uma conversa com Temer no dia 7 de março,
no Palácio do Jaburu, quando teria recebido a informação. Na reunião
seguinte do Copom, em 12 de abril, a taxa básica de juros Selic foi
reduzida de 12,25% para 11,25%.
Caso a denúncia se confirme, Temer pode ser acusado de passar
informação privilegiada a Joesley, uma vez que saber com antecedência
sobre a queda de juros permitiria que ele e a sua empresa pudessem fazer
operações vantajosas no mercado financeiro.
Na mesma conversa, Temer teria dado o aval para que a JBS continuasse
a pagar uma mesa para Cunha, que está preso em Curitiba, para que esse
não faça uma delação. Essa informação foi divulgada ontem pelo jornal O
Globo, motivando uma série de pedidos de renúncia e impeachment do
presidente. *Sul21 |