O Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região realizou na noite
desta quinta-feira, 4, um Debate Sobre a reforma Trabalhista e
Terceirização, que contou com a participação do juiz titular da 4ª Vara
do Trabalho de Caxias do Sul, Rafael da Silva Marques, e o advogado da
Fetrafi-RS e também do sindicato, Milton Fagundes. O evento reuniu
dezenas  de trabalhadores, entre bancários e outras profissões, em um
momento de reflexão sobre a reforma trabalhista que está agora no
Senado, e a terceirização. |
Para o juiz Rafael da Silva Marques a reforma é muito extensa e são
muitas as perdas infiltradas em seu conteúdo. Entre tantas mudanças, ele
destacou a questão das horas trabalhadas, que no PLC 38 possibilita uma
jornada até 12 horas diárias. "A gente tem que considerar o trabalho
como horas de vida. Imagine uma pessoa que trabalha 12 horas por dia
mais o intervalo, são 13 horas de sua vida consumidas no trabalho! As
pessoas têm muito mais coisas a fazer na vida: ler, estudar, ver um
filme... Mais uma questão: como não considerar o tempo que o sujeito
leva para se deslocar de casa para o trabalho e do trabalho para casa?”
O advogado Milton Fagundes  considera que o termo reforma está sendo
empregado erroneamente no caso do PLC 38: " Se você vai reformar a sua
casa, por exemplo, é para melhorar, não para deixar pior”, pondera..
"Sou advogado desde 1981, e desde 1983 advogo com o direito dos
trabalhadores. Desde esta época tenho visto o patronato querer reformar
os direitos do trabalhador. A relação entre trabalhadores e patrões é
uma relação desigual.” Para Fagundes, o centro da reforma é acabar com a
Justiça do Trabalho e o direito dos trabalhadores. Milton propõe a
realização de um referendo popular  sobre a reforma trabalhista, se
aprovada no senado e sancionada pelo usurpador michel temer.
O coordenados da secretaria de Organização e Política Sindical do
sindicato dos Bancários, Nelso Bebber, agradeceu aos dois debatedores
pelas orientações e reflexões propostas acerca do tema. Para ele, a a
reforma proposta esta sendo realizada para atender um apelo das elites,
"que nunca engoliram os direitos sociais conquistados com a Constituição
de 1998”. Além disso, Bebber também acredita que há outro objetivo bem
claro: o de enfraquecer os sindicatos.
Pedro Incerti, também diretor do Sindicato dos Bancários, enalteceu o
encontro, lembrando que discussões como essa não puderam ocorrer antes,
porque tudo foi "a toque de caixa. "Lamentavelmente a maioria do povo
brasileiro não sabe o que está acontecendo e só irão perceber quando
começarem a perder os direitos”, conclui. *Imprensa/Bancax Fotos: Marlei Ferreira |