Os bancários fizeram a sua parte. Trabalhadores acostumados
a conquistar benefícios com a sua luta e greves consecutivas nos últimos 14
anos tiraram o dia para conversar com cidadãos, levar esclarecimentos sobre os
efeitos dos ataques do governo Temer em conluio com a Câmara dos Deputados e
lutar em defesa dos bancos públicos e do emprego. Fizemos a nossa parte e com
louvor. Na área de abrangência do SindBancários, a adesão à GREVE GERAL foi
praticamente total.
"Este é um dia histórico para os dirigentes sindicais e das
centrais sindicais de todo o país. Os trabalhadores brasileiros deram um recado
muito claro. Que estamos muito bem informados sobre o roubo que está sendo
processado nos nossos direitos. É muito importante também falar da participação
dos bancários. Estamos muito contentes enquanto dirigentes sindicais porque os
bancários deram um grande exemplo de que estão atentos e de que vão lutar até
verem todos os nossos direitos preservados ou restaurados”, avisou o presidente
do SindBancários, Everton Gimenis.
O diretor de Formação do SindBancários e funcionário do
Banco do Brasil, Julio Vivian, elogiou a participação dos bancários nas
atividades programadas pela categoria no 28 de abril. Desde a madrugada da
sexta-feira, bancários participaram do piquete que ajudou a manter os ônibus da
Trevo em suas garagens. A movimentação começou às 4h da manhã. "Hoje é um dia
histórico, um divisor de águas na só pela magnitude da GREVE GERAL, mas também
pela unidade da classe trabalhadora. A nossa unidade vai derrotar os golpistas.
Hoje estamos dando um recado, mas é só o início da nossa reação”, exaltou o
dirigente.
Além de estarem mobilizados desde a madrugada, os bancários
participaram de Ato em Defesa dos Bancos Públicos e dos Empregos, na Praça da
Alfândega, em frente à Agência Central do Banrisul. Vestindo a camiseta azul,
marca da campanha de defesa do Banrisul público, Banrisulenses saíram em
caminhada até o Largo Glênio Perez, onde a grande caminhada das Centrais reuniu
milhares de trabalhadores até o Largo Zumbi dos Palmares.
"Sei que estamos sofrendo um ataque atrás do outro. Há um
ano, tínhamos garantias de que ninguém mexeria na PLR, nas férias e no 13º
salários dos bancários. Mas, agora, com a Terceirização, com a Reforma
Trabalhista e com a reforma da previdência isso passou a ser uma realidade.
Mas, depois deste histórico 28 do Brasil, em que os trabalhadores se uniram e
fizeram uma das maiores greves da história recente do movimento de luta dos
trabalhadores, nos enchemos de esperança. Os bancários são de luta, estão
unidos e mandaram um recado bem claro: nós estaremos lutando muito para
pressionar a Câmara, o Senado e combater esses ataques que têm um motivo muito
claro. Todos esses ataques têm a mão dos banqueiros”, discursou o diretor da
Contraf-CUT, Mauro Salles.
O diretor do SindBancários e funcionário da Caixa, Jaílson
Bueno Prodes, lembrou da história recente do impeachment da presidenta Dilma
Rousseff. O dirigente fez menção ao documento "Uma Ponte para o Futuro”,
publicado pelo PMDB em outubro de 2015 e que apresentava um conjunto de medidas
que retirava direitos dos trabalhadores. Após o impeachment, esse documento
passou a ser considerado o programa de governo do golpe. "Desde que esse
documento foi publicado, os Sindicatos, advogados trabalhistas, juízes e
procuradores e promotores passamos a ter uma noção muito clara que vinham
ataques aos direitos dos trabalhadores para que pagássemos a conta da crise
mundial. Agora, ficou muito claro que aquela ponte está quebrada e que nós
trabalhadores precisamos lutar para mandá-la para a ponte que partiu”, disse.
A diretora da Fetrafi-RS, Maristela Rocha, abordou um tempo
que, muitas vezes, o s trabalhadores têm dificuldade de compreender. Trata-se
do papel da grande mídia no golpe nos nossos direitos. Ficou muito claro que os
veículos de comunicação de grande porte usaram a tática de ocultação da GREVE
GERAL na véspera, e trataram de reduzir sua dimensão histórica nas notícias do
dia do movimento, esta sexta-feira, 28/4. "A grande imprensa tenta passar para
a população que é uma greve de sindicalistas. Só que a nossa greve foi apoiada
pela Igreja Católica e pela Igreja Evangélica, por trabalhadores da justiça e 4
milhões de professores em todo o país”, ponderou.
Em Porto Alegre, uma atohistórico na frenteda
sede do Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região, no Bairro Praia de Belas.
Mais de uma centena de trabalhadores ligados ao Judiciário aderiram aos
protestos da greve geral. O ato ocorreu em frente ao prédio do Foro Trabalhista
de Porto Alegre no final da manhã e foi organizadopela Associação dos
Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV), pelas 29 entidades
que integram a União Gaúcha em Defesa da Previdência Pública em parceria com as
entidades que fazem parte da Frente Associativa da Magistratura e do Ministério
Público (Frentas/RS).
*Imprensa/SindBancários
Fotos: Anselmo Cunha