A base governista da Câmara, que ajudou a orquestrar o golpe
de Estado jurídico e parlamentar, votou pela regulamentação da terceirização na
atividade fim das empresas. A consumação desse ataque à classe trabalhadora
depende agora somente da sanção do presidente sem voto Michel Temer.
Para o presidente da CUT Vagner Freitas, a partir de
agora todos os trabalhadores que estão empregados correm o sério risco de
serem demitidos "porque o empregador vai contratar uma empresa para trazer
profissionais gastando com mão de obra aproximadamente 30% menos e, o que é
mais grave, sem nenhum direito trabalhista”.
Encaminhado ao Congresso pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso em 1998, desde que o Projeto de Lei foi retirado dos arquivos
fantasmas da Casa, a CUT tentou incansavelmente impedir a tramitação junto
a outras centrais sindicais, buscando sensibilizar deputados e deputadas dos
nefastos prejuízos a classe trabalhadora.
Freitas avalia que chegou a hora de construir a greve geral
junto aos ramos e setores da sociedade. "É o momento de resistência e de luta
social para impedir esse processo de retirada de direitos por um governo
federal e um Congresso Nacional que financiou o golpe contra os trabalhadores e
agora precisa pagar essa conta”, avisou.
No dia 31 de março a Central convoca toda classe
trabalhadora a realizar maisum Dia Nacional de Mobilização com o intuito
de iniciar a construção de uma ação capaz de frear as barbáries que estão sendo
impostas ao povo brasileiro.
Resgatado das catacumbas, o projeto queliberou a
terceirização sem limites faz parte da pressão dos empresários para afrouxar a
legislação trabalhista e eliminar obrigações previstas na Consolidação das Leis
Trabalhista, a CLT. Documento lançado em fevereiro deste ano pela CUT e pelo
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos),
aponta que os terceirizados ganham 25% menos, trabalham quatro horas a mais e
ficam 2,7 anos a menos no emprego quando comparados com os contratados diretos.
A publicação, intitulada "Terceirização e Desenvolvimento, uma conta que não
fecha”, afirma que a medida favorece ainda situações semelhantesà
escravidão.
*CUT Nacional com edição da Fetrafi-RS Foto: CUT
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