Desde as primeiras horas da manhã da quarta-feira, 15/3, o
Dia Nacional de Paralisação e Mobilização contra a Reforma da Previdência já
começou a cumprir seu objetivo nas agências bancárias da área de atuação do
SindBancários. Agências fechadas, colegas manifestando sua preocupação, seu
medo de que o governo Temer pudesse impor uma das maiores maldades no que se
refere a retrocessos dos direitos dos trabalhadores. A PEC 287, que tramita com
o conteúdo da reforma da previdência, está na mira dos bancários. Aquele
deputado estadual que impor um regime previdenciário, que faça os trabalhadores
trabalharem até morrer sem aposentadoria, vai ter muita dificuldade de se
eleger em 2018. |
Foram essas manifestações que se
repetiram nas reuniões que dirigentes sindicais do SindBancários realizaram com
colegas em seus locais de trabalho. Muitas agências ficaram fechadas até o
meio-dia. O tom do Dia Nacional de Paralisações foi levar informação para os
bancários e avisá-los de que há um conjunto de projetos de lei que irão retirar
numa velocidade incrível direitos há muito conquistados com muita luta pelos
trabalhadores.
A Reforma da Previdência do Temer
propõe, basicamente, que homens e mulheres somente se aposentem com 65 anos.
Mas, para que os trabalhadores tenham direito à aposentadoria integral terão
que trabalhar 49 anos sem ficar um dia sequer desempregado. "Foi muito bom o
contato que fizemos com os trabalhadores da nossa base. Nesse dia de
paralisações, visitamos agências, fizemos reuniões e dissemos que não é apenas
a Reforma da Previdência que está nos ameaçando. A Câmara dos Deputados
desengavetou uma nova proposta de terceirização e ainda tem a reforma
trabalhista. O conjunto da obra é o que há de pior. Se não nos mobilizarmos,
vamos ficar sem 13º, férias e sem muitos direitos que demoramos tanto para
conquistar”, explicou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.
As visitas ocorreram em bancos
públicos e privados. No caso do Banrisul, houve panfletagem em frente à DG e
visitas a departamentos e agências bancárias. Os dirigentes alertaram para o
perigo da privatização do Banrisul após a apresentação pelo governo Temer, do
PL 343/17. Trata-se da proposta de Regime de Recuperação dos Estados. Segundo
essa proposta, o Estados, como o Rio Grande do Sul, entregam patrimônio público
– a além do Banrisul, CEEE, Sulgas, CRM e Corsan – em troca de uma suspensão de
pagamentos da dívida com a União de três anos. Após esse período, a dívida
global aumentaria.
"Os bancários precisam ficar
atentos ao conjunto da obra de maldades do governo Temer. Esse presidente
interino, em conluio com aliados no Congresso Nacional e de governos
neoliberais como o do Sartori aqui no RS, querem jogar nas costas dos
trabalhadores toda a culpa da crise financeira. Não é tempo de cortar direitos
e reduzir salários. Para enfrentar crises, tem que pagar melhor o trabalhador e
ampliar direitos. E há outras saídas como o governo do Estado cobrar as dívidas
da Lei Kandir. Não rpecisa vender nada nem acabar com fundações estaduais”, finalizou
Gimenis. *Imprensa/SindBancários Fotos: Anselmo Cunha |