A filósofa e escritora Márcia Tiburi esteve em Caxias do
Sul, na noite desta quinta-feira, 9, para realizar a palestra "Não é por rosas,
mas por direitos iguais”. A atividade marca o Dia Internacional das Mulheres,
numa promoção conjunta do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região,
Sindicato dos Professores – Simpro Caxias e Sindicato dos Servidores Municipais
– Sindiserv. |
Com quase a totalidade dos mais de 500 lugares do auditório
ocupado, Marcia Tiburi propôs uma reflexão sobre o papel que as mulheres
desempenham nos dias e na sociedade atual e alertando também sobre algumas
armadilhas que, às vezes, são colocadas a elas ou por elas. Em resumo, a noite
foi uma aula bastante didática a cerca da educação, política, ética e feminismo.
Antes de iniciar, ela alerta: "vou falar como professora de
filosofia e como feminista”, esclarecendo que a mulher feminista é aquela que
tem a consciência de ser mulher e adquire um perfil político. "Tudo o quê
fazemos, desde que nascemos é política e ninguém está livre dessa política, que
é decorrente da relação humana”, observou.
" O desafio, hoje, está em se tornar mulher e lutar como uma
mulher”. E faz uma provocação, quando lembra que uma mulher são mil profissões.
Ou seja, nunca se é unicamente mulher: são bancárias, professoras, mães,
cozinheira, faxineiras, etc. E neste sentido, Márcia lembra da desigualdade de
tarefas também dentro das casas e, nesse sentido, chama as mulheres que tomaram
conta desta desigualdade, que ajudem a não perpetuar este machismo, onde a
mulher é responsável pela criação dos filhos, pelo alimento à mesa, pelo
supermercado, pela limpeza da casa, pelos afazeres domésticos e uma infinidade
de outras tarefas que são historicamente destinadas às mulheres desde sua
infância.
Ela chama a atenção para a necessidade de participação das
mulheres na vida política: "Nós precisamos, em 2018, trocar nosso parlamento.
Em 2016 fizemos o pior uso do voto. Votamos em cínicos. Teremos (em 2018) que
fazer um processo de ocupação dos partidos que ainda existem e lutar muito para
eleger feministas e termos uma bancada feminista no congresso”. *Edição e imagens: Marlei Ferreira - Imprensa/Bancax |