Embaladas pelo grito "Estamos todas despertas, nenhum
direito a menos”, mulheres ligadas a CUT-RS, sindicatos filiados, o MST e o
Levante Popular da Juventude fizeram uma manifestação na madrugada desta
terça-feira (7), no saguão de embarque do Aeroporto Internacional Salgado
Filho, em Porto Alegre, contra a reforma de Previdência (PEC 287/2016). |
Munidos de faixas e cartazes com as fotos de deputados da
base do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), dirigentes sindicais que acompanharam
o ato fizeram corpo a corpo com vários deputados que estavam viajando para
Brasília nos portões da Gol e da Latam. Foram abordados Afonso Motta (PDT),
Paulo Pimenta (PT), Covatti Filho (PP), Elvino Bohn Gass (PT), Marcon (PT),
Maria do Rosário (PT), e Heitor Schuch (PSB). O deputado Alceu Moreira (PMDB),
que fez o parecer relâmpago em menos de 48 horas na CCJ da Câmara a favor da
admissibilidade da reforma, evitou qualquer aproximação.
O empresário Jorge Gerdau Johannpeter também foi abordado pelos
manifestantes. Segundo a CUT-RS, ele defendeu a reforma, criticou as injustiças
e falou de privilégios no setor público. Os dirigentes sindicais disseram que
essa reforma não corrige injustiças nem acaba com privilégios, mas prejudica
todos os trabalhadores, enquanto as elites não foram atingidas e continuam
lucrando muito.
Mulheres não têm o que comemorar
Um grupo de mulheres da Via Campesina fez uma encenação
teatral, cantando músicas alusivas ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher. "As
mulheres no dia 8 não têm o que comemorar. Se ontem foram queimadas, hoje
seguem a luta”, começava a canção. "A gente não quer muito, a gente só quer
tudo”, repetiam. "Todo o dia é nosso dia, e a vida não se negocia”.
Para o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antonio
Güntzel, "foi mais uma importante mobilização dos trabalhadores do campo e da
cidade, do setor público e privado, contra a reforma da Previdência do governo
do Temer, que, se não for derrotada, será o fim da aposentadoria para a classe
trabalhadora”.
"As reformas da Previdência e trabalhista, assim como o
projeto que libera a terceirização, são os mais perversos ataques já sofridos
pelos trabalhadores e, por isso, temos que fortalecer os comitês sindicais e
populares, já instalados em vários municípios, para aumentar a pressão sobre os
deputados nas suas base eleitorais”, destacou o secretário-geral adjunto da
CUT-RS, Amarildo Cenci.
Na avaliação da militante do MST, Salete Carollo, "a
manifestação permitiu interagir com os deputados e os trabalhadores, e foi
possível perceber uma boa recepção para a nossa luta e o valor de defender as
nossas conquistas”.
*Sul 21 com informações da CUT-RS
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