A defesa
do Banrisul público foi tema do Grande Expediente da Assembleia Legislativa do
RS, no início da tarde desta terça-feira (21). Além parlamentares, dirigentes sindicais
de várias categorias, funcionários do Banrisul e demais estatais em risco de
liquidação, a atividade contou com a presença do ex-governador do Estado,
Olívio Dutra. O espaço de manifestação foi ocupado pelo deputado Zé Nunes (PT),
que também é autor da proposta de criação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul.
A diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa
e o diretor do SindBancários, Luciano Fetzner, representaram os banrisulenses
na mesa coordenada pelo deputado Edegar Pretto (PT), presidente da AL/RS. |
O
deputado Zé Nunes enfatizou a importância da resistência diante dos constantes
ataques do Governo Sartori ao patrimônio público. Além de destacar o histórico
de privatizações da era Antônio Britto, o parlamentar se posicionou contra a
possível federalização do Banrisul para renegociação da dívida pública com a
União. "O Banrisul já esteve na mira de outros governos, mas deve continuar
como banco estatal. Temos que evitar a proposta de federalização, que é a antessala
da privatização”, afirmou.
O parlamentar
do PT/RS, observou que existem outras alternativas para resolução da crise
financeira do Estado, como o combate à sonegação fiscal e a compensação das
perdas geradas pela lei Kandir, cujas cifras atualizadas ficariam na ordem de
R$ 43 bilhões. Segundo o deputado, é preciso inverter a lógica de liquidação
do patrimônio público. Ele salienta que as medidas de ajuste neoliberais
impostas pelo Governo Sartori - baseadas em arrocho salarial, retirada de
direitos dos servidores, além da extinção de fundações e estatais importantes –
não têm sido efetivas.
Zé Nunes ainda destacou a
importância da consolidação da Frente Parlamentar enquanto instrumento permanente
de defesa do Banrisul Público. O lançamento do fórum está confirmado para o dia
15 de março, no Teatro Dante Barone.
"Cada espaço que
conquistamos em defesa do Banco é uma vitória para todos os banrisulenses. A ampla
participação de dirigentes, delegados sindicais e colegas do Banrisul no Grande
Expediente de hoje comprova a nossa disposição de luta. Nas últimas semanas
intensificamos a campanha contra a privatização e buscamos conscientizar a
sociedade gaúcha sobre a importância da manutenção do Banco para a economia do
Estado. A liquidação de patrimônio público não é vista com bons olhos pelos gaúchos”,
ressalta a diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa. Para o diretor do
SindBancários, Luciano Fetzer, não há dúvida que o Banrisul deve continuar como
banco estadual. "O Banrisul não é apenas uma instituição financeira. O Banco dá
suporte a todos os setores da economia e presta atendimento onde os demais bancos
comerciais não visualizam alta lucratividade. A função social exercida pelo
Banrisul é imprescindível para o desenvolvimento do Estado. Embora a maioria
dos deputados se posicione agora contra a privatização, sabemos o grande risco que
o Banco corre diante da possibilidade de ser usado como moeda de troca na
renegociação da dívida - que nos moldes apresentados até agora - é muito prejudicial para o Rio
Grande do Sul”, denuncia o dirigente sindical.
Participação sindical
O Grande Expediente da
AL/RS contou com a participação de dirigentes dos sindicatos de bancários de
Alegrete; Camaquã; Florianópolis; Horizontina; Litoral Norte; Porto Alegre
(SindBancários); Santana do Livramento; Santo Ângelo; Vacaria e Vale do
Paranhana.
A importância do Banrisul para os gaúchos O Banrisul está presente em 98,5% do território do Rio Grande do Sul, com 536 agências e 698 postos de atendimento espalhados em 347 municípios. Em 87 cidades, é a única agência bancária disponível. A instituição fomenta o desenvolvimento da agricultura, sobretudo da familiar, de pequenas e médias empresas e pode ser uma excelente ferramenta para os programas do governo estadual, a exemplo do Microcrédito praticado na gestão anterior à Sartori. Além disso, é um banco sólido e lucrativo, com patrimônio líquido de R$ 6,7 bilhões e que registrou lucro de R$ 643,5 milhões em 2016. |
*Comunicação/Fetrafi-RS Fotos: Marisane Pereira e Anselmo Cunha |