Na comparação anual, o contingente de desempregados aumentou em 11
mil pessoas. Esse resultado deve-se à redução do nível de ocupação ter
sido superior à saída de pessoas do mercado de trabalho da Região. Na
comparação de 12 meses houve decréscimo de 0,9% no nível ocupacional.
Entre outubro de 2015 e outubro de 2016, houve redução dos
rendimentos médios reais de ocupados (-10,3%), assalariados (-5,1%) e
autônomos (-8,7%).
Para a economista Iracema Castelo Branco, coordenadora do Núcleo de
Análise Socioeconômica e Estatística da FEE, diante do cenário de fraco
crescimento econômico para 2017, a tendência é de que a taxa de
desemprego se mantenha elevada. "Essa conjuntura reforça a necessidade
de um acompanhamento sistemático dos indicadores do mercado de trabalho,
realizada, há 25 anos, pela FEE e parceiros, através da PED-RMPA”,
ressalta a economista.
Já o rendimento médio real referente ao mês anterior apresentou
variações positivas para os ocupados e para os assalariados. Além da
FEE, a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(DIEESE), trabalham em conjunto na pesquisa.
206 mil desempregados
O número total de desempregados, em novembro, foi estimado em 206 mil
pessoas, 10,8% da População Economicamente Ativa, o que representa uma
redução de 3 mil indivíduos em relação ao mês anterior. O resultado
decorre da redução da ocupação (menos 25 mil pessoas, -1,4%) ter sido
inferior ao número de pessoas que saíram do mercado de trabalho (menos
28 mil, -1,4%).
Para Iracema, a retração do nível ocupacional é uma consequência da
recessão econômica. "A saída de pessoas do mercado de trabalho tem
arrefecido o crescimento da taxa de desemprego”, explica.
Com relação aos setores de atividade econômica, em novembro, houve
queda do nível ocupacional na indústria de transformação (-7,6%), no
comércio no comércio; no setor de reparação de veículos automotores e
motocicletas (-2,3%), e na construção (-3,8%). Por outro lado, houve
aumento nos serviços, com mais 14 mil ocupados (1,5%).
Em relação aos postos de trabalho assalariado, houve redução de 32
mil vagas (-2,7%) no setor privado e de 7 mil vagas no setor público
(-3,5%). Novembro registra também retração dos empregos com carteira
(menos 20 mil, ou -2,2%) e, em menor medida, do sem carteira (menos 4
mil, ou -4,2%).
A pesquisa também registrou aumento no emprego doméstico (4,1%), no
item que reúne as demais posições, como empregadores, donos de negócio
familiar, trabalhadores familiares sem remuneração e profissionais
liberais (1,1%) e entre os trabalhadores autônomos (0,4%).
Na comparação entre setembro e outubro de 2016, o rendimento médio
real apresentou variação positiva tanto para o total de ocupados (0,9%)
quanto para os assalariados (0,4%). O salário médio é de R$ 1.860. *CUT/RS |