"Enquanto quase não se vê brigadianos nas ruas e nos bairros para
prevenir assaltos e proteger a população, vimos hoje dezenas de
policiais nas garagens de ônibus, atirando bombas de gás e dispersando
trabalhadores e impedindo que os rodoviários também pudessem se
manifestar contra os retrocessos para evitar a perda de direitos”,
afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
"Os policiais, que estão sofrendo com o novo parcelamento de
salários, deveriam estar do lado dos demais servidores públicos e da
classe trabalhadora, ao invés de proteger os interesses do governo
Sartori e Temer e dos empresários”, salientou. Há também protestos no
interior gaúcho e os ônibus não circulam em várias cidades, como
Pelotas, Rio Grande e Caxias do Sul. Estão previstas manifestações ainda
em Bento Gonçalves, Cruz Alta, Ijuí, Novo Hamburgo, Passo Fundo, São
Leopoldo, Venâncio Aires e Santa Rosa, dentre outros municípios.
Haverá também greves de trabalhadores em campanha salarial e
paralisações de professores estaduais e do ensino privado, dentre outras
categorias.
"Precisamos despertar quem ainda se encontra alienado pela mídia
manipuladora e reagir antes que seja tarde para defender os direitos dos
trabalhadores, que estão ameaçados de cortes pelo governo golpista e
pela maioria retrógrada no Congresso Nacional”, destacou Claudir. "O dia
de hoje é mais uma grande jornada de luta rumo à construção da greve
geral”.
Segundo Claudir, a mobilização busca aumentar a pressão contra a
reforma da Previdência, o desmonte da CLT, a terceirização sem limites, a
PEC 55 que congela os gastos em saúde e educação por 20 anos (aprovada
como PEC 241 na Câmara) e as privatizações. Os protestos visam também
defender o pré-sal e a Petrobras e combater a MP 746, que reforma o
Ensino Médio, e o PL 190/15, que prevê a escola com mordaça. "Nenhum
direito a menos”, ressalta o dirigente da CUT-RS.
A mobilização será encerrada com a realização de grande ato, às 18h,
na Esquina Democrática, seguido de uma caminhada pelas ruas do centro da
capital gaúcha.
"Vamos realizar uma grande manifestação democrática contra a retirada
de direitos, em defesa das ocupações dos estudantes, a favor da
democracia”, ressalta Claudir.
Audiência pública na Assembleia Legislativa
Antes do ato na Esquina Democrática, a Comissão de Educação, Cultura,
Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa realiza, às
15h, no Teatro Dante Barone, uma audiência pública, proposta pelo
deputado Adão Villaverde (PT), para debater os impactos da PEC 55 e da
MP 746.
"Temos que ampliar o debate na sociedade e pressionar os senadores
para que votem contra a PEC 55, que congela investimentos para as
políticas públicos, enquanto continua a gastança com o pagamento dos
juros da dívida público ao capital financeiro”, destaca Claudir.
O presidente da CUT-RS salienta que "é preciso exigir de deputados e
senadores que votem contra a MP 746, do governo Temer, que promove uma
reforma autoritária do ensino médio, sem qualquer debate com estudantes e
professores, tirando disciplinas fundamentais para a formação do
conhecimento dos estudantes”.
Mobilização no interior gaúcho
Bento Gonçalves – A partir das 8h, em frente a Via Del Vino, na rua Tietê, 278, no bairro Imigrante.
Cruz Alta – Às 10h30, ato conjunto na Praça da Matriz, Centro, seguido de caminhada.
Ijuí – Às 17h, ato na Praça da República, Centro, e durante a semana Vigília na Praça.
Novo Hamburgo – Após mobilização na porta de fábricas, às 9h,
metalúrgicos se encontram com professores municipais de Novo Hamburgo na
Praça Central e realizam ato.
Passo Fundo – Às 8h30, concentração na Praça Tochetto (Avenida
Brasil), com posterior caminhada até o INSS, Fórum e Catedral e
encerramento na Praça em frente à Catedral.
Pelotas – Pela madrugada, piquetes nas garagens de ônibus; às 12h,
ato dos servidores da saúde; e às 17h, caminhada com estudantes.
Santa Cruz do Sul – Às 10h, aula pública na Praça Central, após caminhada; às 19h, ato na UNISC.
Santa Rosa – Às 10h, ato público no Parcão de Santa Rosa. *CUT/RS |