| Ameaças privatistas se intensificam contra Caixa
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Bancos | 25/10/2016 | 12:10:00 |
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Ameaças privatistas se intensificam contra Caixa |
Presidente Gilberto Occhi passa ideia de que banco público enfrenta problema e cai em contradição |
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As ameaças do governo Temer contra o caráter público da Caixa não param de surgir. Mais uma vez, agora ao norte-americano Wall Street Journal,
o presidente do banco, Gilberto Occhi, defendeu a privatização de áreas
do banco público para, segundo ele, evitar pedir aporte de capital à
União.
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"Estamos tomando uma série de medidas para reduzir a probabilidade de precisar de capital do governo (em 2018)”, afirmou.
Occhi cita entre as alternativas a oferta inicial de ações (IPO,
na sigla em inglês) da Caixa Seguridade. Outra possibilidade é a venda
do controle da Lotex, a divisão de loterias da Caixa, de acordo com a
reportagem.
"A capitalização da Caixa deve ser feita por meio de aportes do
governo, sem a necessidade de se desfazer de parte dos seus ativos, como
a Lotex, que é rentável, assim como o banco, que lucrou R$ 7 bilhões em
2015”, critica Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos
Empregados da Caixa e diretor do Sindicato.
Em 2014, as Loterias da Caixa Econômica Federal (CEF) arrecadaram R$
13,5 bilhões. O valor é 18,5% superior ao registrado em 2013. No
período, os dez produtos das Loterias da Caixa repassaram R$ 6,38
bilhões para o financiamento de ações sociais, como esporte e cultura.
Com a entrevista ao Wall Street Journal, Occhi mais uma vez cai em contradição sobre as intenções de privatização. Em junho, ele havia dito ao jornal O Estado de S. Paulo que a privatização de loterias, ou abertura de capital do banco público, não estava nos planos da instituição e do governo.
As falas de Occhi ao Wall Street Journal foram amplamente reproduzidas pela imprensa nacional. Veículos como Folha, G1, Globo, Estado reforçaram a percepção de que a Caixa necessita de ‘ajuda’ ou socorro’ – palavras muito usadas nos textos referentes à notícia.
Capitalização – A justificativa seria que o banco
precisa se capitalizar para aumentar a capacidade de crédito a fim de se
adequar as medidas exigidas no chamado Acordo de Basiléia III. Essas
medidas exigem que os bancos reforcem sua reserva de capital para
enfrentar uma possível crise de liquidez.
Em março de 2016, o retorno sobre o patrimônio líquido médio acumulado
em doze meses foi de 10,3%, o índice de Basileia foi de 13,7%, 2,7
pontos porcentuais acima do valor mínimo exigido de 11%. O ideal é que
esse índice não atinja o mínimo, por isso a necessidade de elevar o
capital próprio para aumentar a capacidade de crédito.
A Caixa se capitalizou duas vezes durante os governos Dilma e Lula,
principalmente por meio de aportes do governo a fim de ampliar o crédito
concedido à população.  "A expansão da oferta de crédito deve ser uma
política de Estado a fim de fomentar a economia”, afirma Dionísio.
O dirigente lembra que nos anos 1990, a Caixa precisou de ajuda
financeira para pagar as contas. "Esse socorro foi necessário justamente
por causa da política de desmonte e sucateamento imposta pelo governo
da época, e que estão tentando reviver. Situação oposta à vivida neste
século, quando o banco implantou uma política de expansão de crédito com
o objetivo de estimular a economia.”
*Imprensa SP/Bancários |
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