Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos
coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, alerta que a categoria não
aceitará retrocessos. "Os bancos chegam a dizer que pagam muito para os
bancários e que o setor não é o mais lucrativo do país. Mas os números não
metem. Entre 2003 e 2016, por exemplo, os lucros dos bancos cresceram mais de
150%, enquanto a remuneração média dos bancários cresceu só 14,9%, abaixo do
crescimento do ganho real acima da inflação, que foi cerca de 16%. Não
aceitaremos outra proposta que não seja a valorização cada trabalhador, para os
bancos não há crise”.
O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do
Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7
bilhões.
Os eixos centrais da campanha são: reposição da inflação do
período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do
salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três
salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e
sexual, fim da terceirização. Além da defesa das empresas públicas e dos
direitos da classe trabalhadora, ameaçados pelo governo interino de Michel
Temer.
Banqueiros cortaram 1.112 empregos só em julho
A defesa do emprego é prioridade na Campanha Nacional. Entre
2012 e 2015, mais de 34 mil postos de trabalho foram reduzidos. Só em julho
deste ano, os bancos extinguiram 1.112 empregos. Por isso, os bancários
reivindicam o fim das demissões, da rotatividade e pedem mais contratações. A
preocupação com as agências digitais também está sendo abordada pelos
trabalhadores.
Apesar dos números alarmantes apresentados pelos dirigentes
sindicais, a Fenaban transfere a responsabilidade das demissões para os
funcionários. Informações que contradizem os dados oficiais do Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. A última
Pesquisa do Emprego Bancário, elaborada pelo Dieese, revela que nos primeiros
sete meses deste ano foram cortados 7.897 postos de trabalho no setor. Mais de
60% foram por demissão sem justa causa.
Principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial: reposição da inflação mais 5% de aumento
real
PLR: 3 salários mais R$8.317,90
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em
valores de junho último).
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do
salário mínimo)
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas
e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da
rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC
30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe
dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os
bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois
vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme
legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada
das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto
das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos
salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais
e pessoas com deficiência (PCDs). *Contraf/CUT com edição da Fetrafi-RS |