Em relação a pessoas físicas, a rolagem do débito pelo cartão
de crédito continua sendo o tipo de financiamento mais caro, alcançando 435,58%
ao ano. A taxa mensal subiu 9,37% (em março) para 15,01% (em abril).
A segunda modalidade mais onerosa para o consumidor é o
cheque especial que aumentou de 7,72% ao mês (em março) para 11,46% (em abril),
atingindo 267,64% ao ano. No comércio, o índice aumentou de 4% para 5,82%, o
que ao ano representa 97,16%.
Se a opção for recorrer ao empréstimo pessoal em
financeiras, o consumidor irá pagar 8,41% ao mês de correção sobre o valor
tomado ante uma taxa de 6,88%, em março. Essa variação equivale a uma taxa
anual de 163,53%. Já o empréstimo nos bancos passou de 2,91% para 4,64% com
taxa ao ano de 72,33%.
O acesso com o menor custo é ao Crédito Direito ao
Consumidor (CDC), mas que, igualmente, ficou mais caro ao subir de 1,52% para
2,35%, o que resulta em 32,15% ao ano.
A Anefac observa que o Banco Central corrigiu a taxa básica
de juros (Selic), que praticamente dobrou no período de março de 2013 a abril
de 2016, subindo de 7,25% ao ano para 14,25%. No mesmo período, a taxa de juros
média para pessoa física aumentou 70,99% (de 87,97% para 150,42%).
Crédito para as empresas
Em maio, as empresas estão pagando em média 1,78% a mais
para recorrer ao crédito em relação a março. Na média, a taxa atingiu 4,58% ao
mês e 71,15% ao ano. Os recursos para capital de giro subiram de 1,49% para
2,68% ao mês. Para as operações de desconto de duplicatas, a alta foi de 2,22%
para 3,1% e conta garantida, de 5,46% para 7,95%.
Em nota, o diretor executivo de estudos da Anefac, Miguel
José Ribeiro de Oliveira, justificou que o atual cenário econômico induz aos
riscos de inadimplência. Ele observou que as instituições financeiras aumentam
as taxas como forma de compensar eventuais perdas que podem ocorrer em uma
situação de crise financeira no país, resultante da alta da inflação , de
impostos, do desemprego e da queda da renda familiar.
Ele prevê a manutenção dos juros altos para os próximos
meses. "As perspectivas para os próximos meses não são animadoras, tendo em
vista o cenário econômico atual, que aumenta o risco de elevação dos índices de
inadimplência. A tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito
voltem a ser elevadas nos próximos meses”, afirmou Oliveira. *Agência Brasil
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