Segundo o BC, a cobertura da inadimplência por provisões
"continua adequada" uma vez que a provisão é, aproximadamente, 81%
maior do que a inadimplência nos bancos privados e 56%, nos públicos.
O BC diz, ainda, que análises detalhadas indicam que os
créditos a empresas em recuperação judicial apresentam alta proporção de
provisionamento, e as empresas expostas à desvalorização cambial têm, em sua
maioria, mecanismos de proteção para situações de oscilação da cotação.
"Entretanto, esses temas seguem sob acompanhamento,
dadas as perspectivas macroeconômicas futuras". O BC também diz que
acompanha os efeitos sobre instituições do aumento do risco de crédito das
empresas investigadas na operação Lava Jato e o comportamento dos setores e
respectivas cadeias produtivas mais vulneráveis ao cenário econômico.
Rentabilidade
O relatório do BC também mostra que a rentabilidade do
sistema bancário aumentou, "influenciada por resultados positivos dos
bancos privados, com destaque para ajustes nas taxas de juros de concessão,
maior diversificação de receitas e resultados não recorrentes
[extraordinários]".
O aumento da alíquota da CSLL(Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido) das instituições financeiras proporcionou ganhos
contábeis com ativação de créditos tributários, acrescentou o BC.
Segundo o banco, mesmo com a fraca demanda por crédito, os
bancos aumentaram receitas com títulos, tarifas bancárias, cartões e serviços
diversos.
"Nesse cenário, o incremento da eficiência tem sido
relevante para a manutenção dos índices de rentabilidade dos bancos nos últimos
anos". Porém, diz o BC, "há menos espaço para ganhos adicionais, com
os bancos já demonstrando ligeira redução na eficiência operacional".
Para 2016, o BC diz que a perspectiva de baixo crescimento
das concessões continuará a reduzir a participação do crédito na formação do
resultado dos bancos. "Assim, segue a tendência de maior contribuição das
receitas de serviços, seguros e cartões na composição do lucro líquido".
O relatório do BC informa, ainda, que em simulações de
situações adversas, o sistema bancário brasileiro apresentou adequada
capacidade de suportar tanto os efeitos de choques decorrentes de cenários
macroeconômicos adversos –por seis trimestres consecutivos– quanto as mudanças
abruptas nas taxas de juros e de câmbio, na inadimplência, ou quedas
generalizadas dos preços dos imóveis residenciais. Embora, os efeitos não sejam
homogêneos para todas as instituições. *UOL e Agência Brasil
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