Discriminação | 18/11/2014 | 12:11:42
Campanha da CUT desmascara e debate o preconceito enrustido
Sociedade usa artíficios destrutivos contra negros
 

No Brasil, a cultura e o padrão estético negro e africano convivem com um padrão estético e cultural branco europeu de maneira tensa e escamoteada. Afinal, diz a maioria, não somos preconceituosos. Porém, nem a forte presença da cultura negra, nem o fato de 51% da população brasileira ser negra têm sido suficientes para eliminar ideologias, desigualdades e estereótipos racistas.


Para discriminar os negros, nossa sociedade usa artifícios destrutivos, como a desvalorização da cultura de matriz africana e dos aspectos físicos herdados pelos descendentes de africanos.

A Campanha "Basta de Racismo no Trabalho e na Vida" nasceu justamente da necessidade de desmascarar e debater, nos sindicatos, nos locais de trabalho e na sociedade, este preconceito, seja ele enrustido ou não. Mais do que isso: é nosso dever combater o racismo, trabalhar pelo fim da desigualdade social e racial, empreender a reeducação das relações étnico-raciais.

E isso precisa ser feito, em especial e urgentemente, no mercado de trabalho, em que o preconceito racial está enraizado e precisa ser fortemente combatido. Passados mais de cem anos do fim da escravidão, os negros ainda ocupam os postos de trabalho menos valorizados, não conseguem ascender na carreira e ganham menos que os brancos.

É um equívoco pensar que a discussão sobre a questão racial se limita ao movimento social negro e a estudiosos do tema, e não ao movimento sindical. Por meio desta Campanha, pretende-se promover o debate e conscientizar os/as trabalhadores/as de que é preciso unidade para acabar com esta diferenciação, que não traz benefícios às pessoas, tampouco à sociedade.

A CUT, uma vez mais, coloca-se nesta importante luta com o objetivo de eliminar as desigualdades entre negros e brancos e de promover uma sociedade mais justa para todos.

Destacamos a importante participação e contribuição dos Ramos, em especial da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM); da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comércio e Serviços (Contracs); da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf); da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS); e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Segurança e Similares (Fenadados).

Temos certeza de que, com o apoio dos nossos Ramos, avançaremos no compromisso, na conscientização, na qualificação e no envolvimento da CUT em todos os estados, Ramos e Sindicatos filiados.

Juntos vamos lutar pela igualdade racial e pela reparação das desigualdades históricas para os negros no Brasil.


*Vagner Freitas, presidente nacional da CUT