Remuneração | 02/01/2014 | 16:01:21
Acordos salariais de 2013 somam R$ 12 bi
Projeção para os próximos 12 meses é feita pelas principais categorias
 
 
Maioria das campanhas salariais ocorreu no segundo semestre do ano passado e envolveu bancários, químicos, metalúrgicos, petroleiros e trabalhadores nos Correios.

No segundo semestre de 2013, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as campanhas salariais de categorias como as dos bancários, químicos, metalúrgicos, petroleiros e trabalhadores nos Correios resultaram em um acréscimo nos salários de aproximadamente R$ 12 bilhões. A média de aumento real acima da inflação foi calculada entre 1% e 1,5%.

Esse resultado é visto como positivo considerando a situação da economia e a resistência patronal, apesar de o percentual de 2013 ter sido menor em comparação ao mesmo período do ano anterior, que apresentou ganhos nos salários acima da inflação entre 2% e 2,5%.

O Dieese informa que, "no começo de 2013, a projeção para crescimento econômico brasileiro estava entre 4% e 4,5%, mas ao longo do ano foi ficando mais claro que seria difícil alcançar essa meta e as negociações se dificultaram. Com a nova perspectiva econômica que começou a se desenhar, o setor patronal começou a ficar com o pé atrás e mais resistente. Portanto, as negociações do segundo semestre foram mais difíceis do que as do primeiro, mas mesmo com ganhos reais menores as categorias tiveram reajustes significativos".

Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), havia 513 mil bancários no Brasil em 2012. Com o reajuste de 8% nos salários da categoria, estima-se a injeção de aproximadamente R$ 2,8 bilhões na economia até agosto deste ano. A quantia é 14,5% maior do que a do ano passado. Somada a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), o valor sobe para R$ 8,7 bilhões.

Acordos nacionais
"Foi uma das campanhas mais difíceis que já tivemos. Os bancos tinham uma estratégia muito bem desenhada com o terrorismo da inflação, mas nós olhávamos sempre para os altos lucros do setor financeiro, que vai bem em qualquer situação", disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Carlos Cordeiro.

Ele também destaca a inclusão de cláusulas em convenção coletiva, como a proibição do envio de torpedos aos bancários fora do horário de trabalho e adesão ao programa Vale-Cultura, que proporciona R$ 50 por mês para trabalhadores com salários até R$ 3.390 para ser usado em bens e atividades culturais.

No setor estatal, de acordo com estimativas do Dieese, os reajustes alcançados pelos trabalhadores dos Correios e pelo petroleiros somam aproximadamente R$ 130 milhões mensais: Correios, R$ 31 milhões, e petroleiros, R$ 98 milhões. A estimativa leva em consideração o salário médio, antes e depois dos reajustes, e o número de trabalhadores em cada segmento.

Em andamento

Entre as principais campanhas deste período também está a dos comerciários, com data base em 1º de setembro. As reivindicações de aproximadamente 2,5 milhões de trabalhadores, representados pela Federação dos Empregados no Comércio no Estado de São Paulo, foram entregues em 5 de agosto, mas a campanha ainda não foi concluída.

Alguns sindicatos que representam os trabalhadores dos segmentos varejista e lojista estão fechando acordo com reajuste de 8,5%.

*Fenae Net