Contraf/CUT | 17/06/2020 | 18:06:57
Diretor de Comunicação da Fetrafi-RS fala sobre os desafios da pandemia em live da Contraf-CUT
Juberlei Bacelo destacou conquistas da categoria para garantia da saúde dos bancários e a importância dos sindicatos para manutenção de direitos.
 
 
O diretor de Comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, participou nesta quarta-feira, 17 de junho, de live organizada e transmitida pela Contraf-CUT no Facebook, sobre a situação dos bancários do estado. Participaram, também, a presidenta da Contraf, Juvândia Moreira; o secretário-geral da Fetraf Rio de Janeiro e Espírito Santo, Max José Neves e o presidente da Fetec Paraná, Deonísio Venceslau Schmidt. A mediação foi do assessor de comunicação da Contraf, Rodrigo Zevzikovas.
Bacelo destacou a pressão que o poder econômico tem feito para que os governadores, em especial o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, flexibilizem as regras de distanciamento social. Para ele, a abertura do comércio e a chegada do frio na região Sul agravam a situação da pandemia no estado e atingem, consequentemente, os bancários que estão na linha de frente no atendimento à população. "Estamos muito preocupados porque todas as medidas de segurança que conseguimos negociar com os bancos acabam sendo comprometidas com essa situação”, disse o diretor da Fetrafi-RS, em nome dos dirigentes sindicais.

Saúde dos bancários

As medidas mencionadas por Bacelo são uma conquista da categoria, que conseguiu que mais de 50% dos bancários ficasse em casa, em trabalho remoto ou resguardados por pertencerem ao grupo de risco para a Covid-19. "Trabalhamos desde o início para a segurança da categoria. Entendemos o serviço bancário como essencial, mas conseguimos avançar bastante nas negociações”, afirmou.

Entretanto, segundo o dirigente, é necessário manter a fiscalização constante para garantir que os bancos cumpram com os protocolos específicos da pandemia. "Tivemos que ter muita ação sindical na ponta pressionando os gestores para que o que foi combinado na negociação seja cumprido. Mas acho que conseguimos superar todas as fases que tivemos, como a do pagamento do auxílio emergencial, na qual muitos bancários foram expostos. O movimento sindical bancário foi importante para criar as medidas de proteção e dar segurança à nossa categoria”.

Bacelo ressaltou, ainda, que a luta atual é para acabar com a pressão para o cumprimento de metas. "Hoje o maior problema para quem está na linha de frente é a pressão pela cobrança de metas, que os bancários ofereçam consórcio, seguro, plano de capitalização, em uma situação na qual isso é absurdo. O que tem que ser feito é uma ação sindical, ameaçar fechar agências se preciso”, conclamou.

juba

Campanha salarial

Sobre a campanha salarial dos bancários, que está mantida e cujo calendário já foi divulgado, o diretor da Fetrafi-RS afirmou que a prioridade é a manutenção do emprego, dos direitos e a consolidação do teletrabalho, sem esquecer a defesa dos bancos públicos. 

Ele destacou recentes vitórias da categoria no Senado Federal, como a retirada do texto que alterava a jornada de trabalho dos bancários da MP 936/2020. "Isso nos traz um certo alívio, mesmo que momentâneo. Mas temos que pressionar o governo para que a ultratividade não pese na nossa campanha.”

Crise econômica

Os participantes da live da Contraf também debateram a crise econômica brasileira e mundial. Todos destacaram que os problemas da Economia não são consequências da pandemia, mas tendem a se intensificar neste momento. 

"A crise econômica do país era estrutural e já vinha se aprofundando. A pandemia agravou a crise econômica mundial, porém, esse aprofundamento vislumbrou uma situação que é negada pelas elites econômicas: a exclusão social. Temos uma parcela significativa da população que teve seu acesso ao emprego e aos serviços básicos destruídos, uma parcela importante que não tem nem documentação. Esse é o país no qual vivemos”, destacou Bacelo.

No momento, de acordo com os dirigentes presentes na live, é fundamental manter as bandeiras de luta por um mundo mais justo e avançar nas novas formas de comunicação, com o uso da tecnologia. "Nossas campanhas sempre foram feitas no corpo a corpo, foi assim que construímos a CUT, o PT, mas hoje teremos que avançar em novas formas de manter esse diálogo para disputar a consciência da classe trabalhadora e buscar novas saídas para o país”, concluiu o diretor da Fetrafi-RS.
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