Saúde | 22/04/2020 | 18:04:45
COE volta a fazer cobranças ao Itaú
Representantes dos trabalhadores denunciam desrespeito ao sistema de rodízio, esclarecimentos sobre banco de horas e testes de COVID-19 para todos os colegas
 
 
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu com o banco por videoconferência, na segunda-feira, 20 de abril, para tratar das medidas tomadas contra a pandemia do coronavírus. A Fetrafi-RS foi representada funcionário do Itaú e diretor do SindBancários Porto Alegre e Região, Eduardo Munhoz Baptista.

Segundo informações do banco, atualmente, 45 mil funcionários estão trabalhando de casa, número que ainda pode aumentar. Além disso, 20 mil funcionários estão trabalhando em regime de rodízio nas unidades de trabalho e 7 mil estão afastados sem atividade de home office.

Rodízio

Em relação aos rodízios, o Itaú afirmou que ele foi suspenso em algumas agências nesta semana na área operacional em decorrência do aumento de demanda com as medidas do governo para pagamento de benefícios, como o auxílio emergencial. Ainda de acordo com o banco, o rodízio será retomado nas unidades.

Os representantes dos funcionários cobraram o Itaú sobre o rodízio de GGCs e GOs. O banco, porém, não deu uma definição sobre o tema e afirmou que está garantindo equipamentos de segurança adequados para todos.

Os trabalhadores também cobraram novamente que o Itaú inclua no rodízio as lactantes e mães com filhos até dois anos.

Banco de horas

O Itaú afirmou que irá apresentar uma proposta de compensação de banco de horas para os bancários que estão afastados, mas não estão trabalhando remotamente.

Os representantes dos funcionários apresentaram ao banco várias premissas e demandas sobre o tema. Entre elas, que não sejam descontadas horas passadas antes da data de uma provável assinatura de acordo, que seja reduzido o prazo máximo de compensação de 18 meses apresentado pelo Itaú e que a compensação seja de 1h para cada 1h30, com limite de compensação diária.

O banco afirmou que irá conversar internamente sobre a questão e voltará a negociar com os trabalhadores.

Outras demandas


Na reunião, o Itaú também informou que os bancários que estão de férias e são do grupo de risco devem permanecer afastados e entrarão no novo modelo de banco de horas que está sendo negociado com a COE.

Em relação à função de caixa, que tem dificuldade maior para trabalhar em home office, o Itaú afirmou que o projeto é que eles possam, caso queiram, trabalhar em home office realizando atendimento de call center. Hoje, já são aproximadamente 700 caixas atuando no call center em home office e o número pode chegar a 5 mil bancários nessa condição.

Os trabalhadores cobraram ainda que o Itaú disponibilize testes para a COvid-19 todos os bancários, principalmente para aqueles que estão voltando do rodízio.

Cobrança de metas

Os representantes da categoria apresentaram ao banco, durante a reunião, denúncias de cobranças de metas nas unidades de trabalho, o que não é aceitável diante do atual cenário de pandemia.

"Não é admissível, por exemplo, que a área comercial esteja burlando o rodízio por conta de metas. Recebemos denúncias e que tem superintendente cobrando metas de renegociação e acabando com rodízio”, afirmou Eduardo Munhoz.

Segundo o Itaú, a orientação é para que não sejam cobradas metas durante a pandemia e os gestores que estiverem agindo desta forma serão punidos. O banco também assumiu que há falhas na comunicação em relação ao tema.

O Sindicato destaca que funcionárias e funcionários devem denunciar imediatamente a cobrança de metas ou qualquer outro abuso cometido pelo banco.

Uma nova reunião de negociação com o banco ocorrerá na próxima quinta-feira, 23 de abril.

Ações já implementadas

As cobranças dos trabalhadores e do Comando Nacional dos Bancários já fizeram o Itaú adotar várias medidas no combate à pandemia. Veja abaixo:

> Compra de máscaras de acetato para os funcionários

> Suspensão das demissões até o final da pandemia, exceto em casos de justa causa e desvios éticos

> Antecipação do 13º salário integral de todos os funcionários para abril

> Implantação de trabalho remoto (home office)

> Redução no horário de atendimento das agências, que agora é de 10h às 14h

> Contingenciamento no acesso de clientes e usuários ao interior das agências, com número máximo de pessoas dentro das unidades

> Campanhas de mídia para diminuir a procura pelo atendimento presencial

> Rodízio de bancários nas agências

> Disponibilização de álcool em gel para os trabalhadores

> Afastamento dos bancários que se encontram no grupo de risco para a Covid-19

Fonte: SEEB Belo Horizonte, com edição de Imprensa SindBancários