"Queremos mostrar para a população o quanto os bancos públicos são importantes, seja para o pequeno agricultor, seja para o agronegócio, seja para financiar a moradia, seja para financiar o saneamento básico ou para o Fies (Financiamento Estudantil), explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, durante ato realizado em São Paulo, em frente à matriz do Banco do Brasil na capital paulista.
Benefícios para a populaçãoA presidenta da Contraf-CUT lembrou ainda dos recursos provenientes dos bancos públicos que são direcionados para áreas sociais. "Por exemplo, 38% das receitas das loterias vão para programas sociais que beneficiam toda a sociedade”, observou.
"Vender áreas estratégicas vai matar os bancos públicos”
Juvandia também destacou que os bancos públicos são ferramentas importantes para que todo o brasileiro tenha melhores condições de vida, emprego e desenvolvimento econômico e criticou a privatização disfarçada que está ocorrendo. "Vender as partes mais importantes do banco, as áreas mais rentáveis é o mesmo que tirar o coração de um ser humano. Sem coração seu corpo não funciona. Vender áreas estratégicas vai matar os bancos públicos. Não podemos deixar que o governe acabe com essas ferramentas importantes para o desenvolvimento e para o povo brasileiro”, concluiu a presidenta da Contraf-CUT.
Durante o ato, os bancários distribuíram panfletos com dados que mostram a importância dos bancos públicos para o país e especificamente para cada estado e o distrito federal. O material informa, por exemplo, que 80% do crédito imobiliário e 72% do crédito rural são provenientes dos bancos públicos. O material informa, também, que 46% das agências bancárias são de bancos públicos.
Agências bancárias no paísUm levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em informações do Banco Central, esmiúça esse dado e mostra a importância dos bancos públicos para a garantia da bancarização da população em todo o país.
"A análise feita pelo Dieese mostra que os bancos privados concentram suas agências na região Sudeste. É papel constitucional dos bancos garantir serviços bancários para toda a população brasileira. Os bancos privados deixam de cumprir seu papel social por não oferecer os serviços em grande parte das cidades do país”, observou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, Dionísio Reis.
Os dados do Dieese mostram que somente na região Sudeste existem mais agências de bancos privados (67,4%) do que de públicos (32,6%). Em todas as outras regiões a maior parte das agências são de bancos públicos (62,3% no Norte; 55,6% no Nordeste;51,5% no Centro-Oeste; e 52,8% no Sul).
O levantamento mostra ainda que, 39,8% das 5.590 cidades brasileiras não possuem nenhuma agência bancária e cita como exemplo o estado de Roraima, onde, dos 15 municípios, apenas seis contam com estabelecimentos bancários. Em cinco destes municípios, existem apenas agências de bancos públicos.
CassiAs manifestações também destacaram os ataques contra a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi).
"A política em prática para a Cassi é a mesma que vem sendo implantada para os bancos e demais empresas públicas. O objetivo final é a privatização. Por isso, assim como tem que acontecer com o Banco do Brasil e demais empresas públicas, temos que nos mobilizar para defender a Cassi”, afirmou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
Fonte: Contraf-CUT
|