Salário Mínimo | 02/04/2019 | 14:04:57
Para CUT-RS, proposta do governo Eduardo Leite decepciona e arrocha mínimo regional
O índice repõe a inflação do ano passado, porém fica abaixo do aumento de 4,61% aplicado no salário mínimo nacional
 
O projeto de reajuste de 3,4% para o salário mínimo regional de 2019, protocolado nesta segunda-feira (1º), pelo governo do Estado na Assembleia Legislativa, foi duramente criticado pelo presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
O índice repõe a inflação do ano passado, porém fica abaixo do aumento de 4,61% aplicado no salário mínimo nacional e muito aquém da reivindicação de 8,43% apresentada pelas centrais sindicais, a partir de estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para recuperar o poder aquisitivo do chamado piso regional.

"O governo Eduardo Leite (PSDB) decepciona e aprofunda o arrocho do mínimo regional, que se distancia cada vez mais da diferença de 30% acima do mínimo nacional vigente entre 2002 e 2004, prejudicando os trabalhadores mais pobres do Estado”, afirmou Nespolo. "Querem empurrar a conta para quem ganha menos, o que é inaceitável”, protestou.

A remessa do projeto ocorre depois que as centrais sindicais pediram uma audiência com o governador na última sexta-feira (29), no Palácio Piratini. "Ele, que prometeu diálogo na campanha eleitoral, decidiu encaminhar uma proposta sem ouvir os representantes dos trabalhadores, assim como fez ao enviar a proposta de acabar com o plebiscito sobre a privatização da CEEE, CRM e Sulgás”, comparou.

A proposta é retroativa a 1º de fevereiro, data-base do mínimo regional. A menor das cinco faixas passaria a ser de R$ 1.237,15 e a maior, de R$ 1.567,81.

"Vamos procurar o diálogo com os deputados estaduais, buscando reverter o achatamento do mínimo regional e construir emendas que atendam as expectativas dos trabalhadores”, anunciou o sindicalista.

Nespolo frisou que cerca de 1,5 milhão de gaúchos recebem o piso regional. Além disso, o índice serve de parâmetro para as negociações coletivas de várias categorias. "Não é possível aquecer a indústria, o comércio e os serviços, enfim a economia gaúcha, sem recuperar o poder de compra dos salários dos trabalhadores”, concluiu.

Fonte: CUT-RS