Movimento Sindical | 07/12/2018 | 12:12:44
Ato chama população a dar as mãos aos bancários para defender bancos públicos
Ato foi realizado na Praça da Alfândega, em Porto Alegre. Manifestações também aconteceram em todo o Brasil.
 
Definitivamente, defender os bancos públicos não é apenas "coisa de bancário”. Quem vai para a frente de uma agência bancária, como foi o caso de bancários e trabalhadores de outras categorias, na tarde da quinta-feira, 6/12, vai incomodar muito sim os trabalhadores que passam rumo aos seus almoços ou de volta a seus locais de trabalho. O Ato em Defesa dos Bancos Públicos no Dia Nacional de Luta em Defesa dos Bancos Públicos, chamou a população que passou pela Praça da Alfândega entre o Banrisul e a caixa a compreenderem a importância dos bancos públicos na vida de todos nós. E mais: a compreenderem a importância de defender os bancos públicos para todo o povo.
 
Assista ao vídeo com momentos do ato:

 
Por cerca de uma hora e meia, os bancários mostraram a importância de manter a Caixa, o Banco do Brasil, o Banrisul, o Badesul, o BRDE, o BNDES a serviço do povo brasileiro. Financiamento da casa própria, juros mais baixos no cartão e para conseguir empréstimo, financiamento da agricultura… Esses são alguns dos motivos que levaram os dirigentes a irem às ruas e a darem as mãos pelos bancos públicos ao final do ato. Mas há outros motivos. O governo de Jair Bolsonaro, tendo em Paulo Guedes um superministro da fazenda louco para vender tudo o que puder, e fazer a festa dos grandes banqueiros particulares, como ele próprio, vão exigir que estejamos todos juntos por muito tempo.

O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, nominou cada um dos bancos acima citados quando discursou no encerramento do ato. Esclareceu que a luta dos bancários não é só corporativa, quer dizer, para atender interesses dos trabalhadores, mas que se trata de uma questão de soberania nacional. "O governo de plantão tem a visão de entregar as empresas públicas de bandeja para o capitalismo privado. Aqui no Estado foram quatro anos tentando vender o Banrisul. Não tem município gaúcha que não tenha investimento de um dos bancos públicos. Se vender o Banrisul, a quem o Estado vai recorrer para pagar o 13º dos servidores públicos? Ao Banrisul”, detalhou Gimenis.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, trouxe um fato histórico para demonstrar aos trabalhadores que passavam, pela Praça da Alfândega o quanto é importante defender as empresas públicas e lutar por direitos. Claudir contou que, em 1957, os metalúrgicos, classe trabalhadora a qual ele pertence, realizaram um grande caminhada para conquistar o auxílio natalino. Fizeram muito barulho e conseguiram o benefício depois de muita luta e mobilização. "Não tinha o 13º naquela época. Muita gente, inclusive trabalhador, fazia piada da mobilização dos metalúrgicos, mas a categoria garantiu um salário a mais. Em 1963, o presidente Jango Goulart criou o 13º salário para todo mundo. Tinha empresário que dizia que ia quebrar o Brasil. Quero parabenizar o SindBancários que está sempre na rua explicando tudo. Querem meter a mão em banco público que dá lucro”, acrescentou Claudir.

Ninguém solta a mão de ninguém para defender os bancos públicos

A diretora da Fetrafi-RS e funcionária do Banrisul, Denise Falkenberg Corrêa, trouxe números que demonstram o quanto o setor financeiro brasileiro é concentrado nas mãos de poucos. Mais precisamente seis dos maiores bancos concentram 78% das contas-correntes. Em países da Europa não é assim nem nos Estados Unidos. Há, em média 4 mil bancos na União Europeia e mais de 10 mil nos Estados Unidos. Quer dizer, tem concorrência. "Aqui cabe ressaltar que a nossa luta não é só pela pauta corporativa embora isso seja fundamental. Temos que defender todos. Um depende do outro e ninguém larga a mão de ninguém”, disse Denise, fazendo referência a um movimento nacional em defesa da democracia criado após o segundo turno das eleições de 2018.

A diretora do SindBancários e empregada da Caixa, Caroline Heidner, lembrou que o próximo governo, o eleito, tem figuras na sua gestão que são entreguistas natos. Paulo Guedes, um Chicago Boy, que ajudou a implantar uma reforma da previdência escandalosa no Chile é rentista e vai trabalhar para o mercado financeiro privado, do qual ele faz parte. Caroline enumerou algumas das importantes funções dos bancos públicos para o povo brasileiro: 1) desenvolvimento das políticas de Estado ; 2) investimento em infraestrutura e desenvolvimento; 3) capacidade de os bancos serem usados como instrumentos de políticas anticíclicas de combate a crises. "Não há uma única pessoa que não seja beneficiada por algum banco público”, assegurou.
 
Informações: SindBancários Porto Alegre e RegiãoÂ