"A consequência da perda de função para os gerentes PJ é uma
redução expressiva dos seus rendimentos e um duro golpe nas suas carreiras. Um
gerente PJ se prepara por anos para exercer a função e, agora, por conta de uma
arbitrariedade da direção do banco, terá a sua carreira destruída”, afirmou
Dionísio dos Reis, coordenador do Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da
Caixa.
Graças a liminar obtida pela Contraf-CUT, que determinou
imediata suspensão dos efeitos da revogação do RH 151, está assegurada a incorporação
de função aos gerentes PJ e demais empregados da Caixa descomissionados após
pelo menos 10 anos no exercício do cargo.
"O governo Temer ataca a Caixa e sua função social por todos
os lados. Aproxima o banco cada vez mais de uma lógica exclusivamente de
mercado, em detrimento da sua função social como banco público, prejudicando
empregados e ameaçando suas funções. A luta em defesa da Caixa 100% pública e
da sua função social é a mesma luta em defesa dos empregos e direitos dos
empregados. O momento é de união e mobilização para resistirmos a tantos
ataques”, convocou Dionísio.
Em Porto Alegre, dirigentes sindicais do SindBancários,
Fetrafi-RS, empregados da Caixa e integrantes de entidade representativa de
funcionários do único banco 100% público do país foram para a frente da Agência
Querência, no Centro Histórico. A associação de Gestores da Caixa no Rio Grande
do Sul (AGECEF) esteve representada no ato.
Cerca de 1,2 mil gerentes de Pessoa Jurídica da Caixa
perderam seu comissionamento num único golpe de caneta da diretoria alinhada
com o governo de Michel Temer. Aliás, foi mais essa ameaça ao papel no
desenvolvimento do país que a Caixa tem e sua importância como banco fomentador
de políticas públicas foi o foco da fala do presidente do SindBancários,
Everton Gimenis, durante o ato. "Em 2016, dizíamos que o golpe não era só
contra a presidenta Dilma [Rousseff], mas contra os trabalhadores. Todos esses
ataques estavam previstos. Nós avisamos, repetimos que o governo do Temer ia
fazer de tudo para entregar todo o sistema financeiro público federal e
estadual para a iniciativa privada. Não existe país que possa se desenvolver se
não tiver as instituições públicas”, explicou Gimenis.
A diretora do SindBancários e empregada da Caixa, Caroline
Heidner, demonstrou como esse desmonte da Caixa se processa no caso do
descomissionamento dos gerentes. Tratou-se de uma manobra da direção para
perversamente cobrar metas, mas que essas mesmas metas fossem mais difíceis de
serem atingidas. "Os gerentes de PJ foram descomissionados por não terem
atingido pontuação no encarteiramento. Ora, nos bancos privados é possível
pontuar mais porque fazem gestão de contas maiores, de grandes empresas, mas
também contam pontuação para as pequenas e microempresas. Na Caixa, a
característica é de os gerentes de PJ trabalharem com microempresas, mas essas
não contam para a pontuação. Nem nos bancos privados as metas de
encarteiramento são tão draconianas quanto na Caixa”, esclareceu Caroline.
Para o diretor da Contraf-CUT e empregado da Caixa, Gilmar
Aguirre, é tempo de mobilização, uma vez que os ataques que ocorrem no varejo,
como o descomissionamento de gerentes de PJ e o fechamento de agências, fazem
parte de uma visão que o governo ilegítimo de Temer tem sobre o país e as
empresas públicas. "Participem da defesa da Caixa. Defender a Caixa é defender
o Brasil. O que esse governo está fazendo é o liquida Brasil. Não vamos
permitir que isso aconteça”, sentenciou Gilmar.
Informações: Contraf-CUT e SindBancários Porto Alegre e
Região |