Direito do Trabalhador | 06/03/2018 | 11:03:20
Empregados da Caixa fazem dia de luta contra desmonte do banco
Atualmente, no âmbito do processo conhecido como verticalização, centenas de gerentes PJ estão sendo descomissionados de forma arbitrária.
 
 
Os empregados da Caixa de todo o Brasil participaram, nesta segunda-feira, dia 5, do dia nacional de luta contra o desmonte do banco público imposto pelo governo Temer. Atualmente, no âmbito do processo conhecido como verticalização, centenas de gerentes PJ estão sendo descomissionados de forma arbitrária pela direção do banco, mas esse processo vai atingir a todos os empregados, inclusive nas carreiras por efeito dominó, e também a população.

"A consequência da perda de função para os gerentes PJ é uma redução expressiva dos seus rendimentos e um duro golpe nas suas carreiras. Um gerente PJ se prepara por anos para exercer a função e, agora, por conta de uma arbitrariedade da direção do banco, terá a sua carreira destruída”, afirmou Dionísio dos Reis, coordenador do Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.

Graças a liminar obtida pela Contraf-CUT, que determinou imediata suspensão dos efeitos da revogação do RH 151, está assegurada a incorporação de função aos gerentes PJ e demais empregados da Caixa descomissionados após pelo menos 10 anos no exercício do cargo.

"O governo Temer ataca a Caixa e sua função social por todos os lados. Aproxima o banco cada vez mais de uma lógica exclusivamente de mercado, em detrimento da sua função social como banco público, prejudicando empregados e ameaçando suas funções. A luta em defesa da Caixa 100% pública e da sua função social é a mesma luta em defesa dos empregos e direitos dos empregados. O momento é de união e mobilização para resistirmos a tantos ataques”, convocou Dionísio.

Em Porto Alegre, dirigentes sindicais do SindBancários, Fetrafi-RS, empregados da Caixa e integrantes de entidade representativa de funcionários do único banco 100% público do país foram para a frente da Agência Querência, no Centro Histórico. A associação de Gestores da Caixa no Rio Grande do Sul (AGECEF) esteve representada no ato.

Cerca de 1,2 mil gerentes de Pessoa Jurídica da Caixa perderam seu comissionamento num único golpe de caneta da diretoria alinhada com o governo de Michel Temer. Aliás, foi mais essa ameaça ao papel no desenvolvimento do país que a Caixa tem e sua importância como banco fomentador de políticas públicas foi o foco da fala do presidente do SindBancários, Everton Gimenis, durante o ato. "Em 2016, dizíamos que o golpe não era só contra a presidenta Dilma [Rousseff], mas contra os trabalhadores. Todos esses ataques estavam previstos. Nós avisamos, repetimos que o governo do Temer ia fazer de tudo para entregar todo o sistema financeiro público federal e estadual para a iniciativa privada. Não existe país que possa se desenvolver se não tiver as instituições públicas”, explicou Gimenis.

A diretora do SindBancários e empregada da Caixa, Caroline Heidner, demonstrou como esse desmonte da Caixa se processa no caso do descomissionamento dos gerentes. Tratou-se de uma manobra da direção para perversamente cobrar metas, mas que essas mesmas metas fossem mais difíceis de serem atingidas. "Os gerentes de PJ foram descomissionados por não terem atingido pontuação no encarteiramento. Ora, nos bancos privados é possível pontuar mais porque fazem gestão de contas maiores, de grandes empresas, mas também contam pontuação para as pequenas e microempresas. Na Caixa, a característica é de os gerentes de PJ trabalharem com microempresas, mas essas não contam para a pontuação. Nem nos bancos privados as metas de encarteiramento são tão draconianas quanto na Caixa”, esclareceu Caroline.

Para o diretor da Contraf-CUT e empregado da Caixa, Gilmar Aguirre, é tempo de mobilização, uma vez que os ataques que ocorrem no varejo, como o descomissionamento de gerentes de PJ e o fechamento de agências, fazem parte de uma visão que o governo ilegítimo de Temer tem sobre o país e as empresas públicas. "Participem da defesa da Caixa. Defender a Caixa é defender o Brasil. O que esse governo está fazendo é o liquida Brasil. Não vamos permitir que isso aconteça”, sentenciou Gilmar.

Informações: Contraf-CUT e SindBancários Porto Alegre e Região