Bancos | 31/01/2018 | 17:01:23
Bancários paralisam agências do Santander
​Protestos foram realizados em todo o país devido à implementação de medidas que prejudicam os trabalhadores.
 
 
Diversas agências do Santander amanheceram fechadas nesta quarta-feira, dia 31, em todo o Brasil, em virtude de protestos dos bancários. ​As atividades e paralisações foram realizadas devido à implementação pelo banco espanhol de medidas que prejudicam os trabalhadores. No dia 20 de dezembro o banco já havia sido alvo de protestos.

"Depois dos protestos do dia 20, enviamos um ofício ao banco solicitando negociações, mas sequer obtivemos resposta. Por isso, estamos novamente nas ruas protestando contra as medidas arbitrárias que retiram direitos da categoria e contra o desrespeito do banco pelos trabalhadores”, disse Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

O banco implantou um sistema para forçar a assinatura em um Acordo Individual de Banco de Horas Semestral. "Essa medida é inconstitucional e, além disso, mostra o total desrespeito do banco espanhol para com os trabalhadores e seus representantes sindicais”, afirmou Mario Raia, secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do banco espanhol.

Antes dos protestos, os trabalhadores já haviam se reunido com o banco para questionar a arbitrariedade do banco e solicitarem a suspensão do sistema até que houvesse negociação sobre a implantação da medida. O banco manteve a intransigência e disse que não haveria negociações. "O objetivo desta paralisação é dar uma resposta ao Banco para que volte a mesa de negociações. O Santander, como qualquer outro banco, tem que respeitar os bancários, clientes e a população”, destacou o presidente do SindBancários de Porto Alegre e Região, Everton Gimenes.

 


Outras arbitrariedades

Também sem nenhuma negociação, o banco informou a alteração do dia de pagamento dos salários, do dia 20 para o dia 30, e os meses de pagamento do 13º salário, antes março e novembro, agora passam a ser maio e dezembro. Os trabalhadores também sofrem com os aumentos abusivos do plano de saúde, que tem causado dificuldades para muitos deles bancarem os custos. Outro problema constante no banco é o grande número de demissões. Nos últimos dias, o banco dispensou 200 funcionários.

Hora de mobilizar

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários tem vigência até 31 de agosto de 2018. No Santander há também um Acordo Aditivo. "Se não reagirmos a esse ataque agora, assim que terminar a vigência do acordo e da CCT, podem ter certeza de que o banco espanhol vai cortar todos os direitos dos trabalhadores que a nova lei trabalhista lhe permite. Ou cruzamos os braços agora ou vai piorar depois”, disse Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.