Em reunião realizada no dia 31 de outubro, o Comando
Nacional dos Bancários, que reúne os presidentes dos sindicatos bancários de
todo país, e a CEE, empregados da Caixa de toda região do país avaliaram as
mudanças propostas pela empresa, em negociação da mesa permanente no dia 26 de
outubro. No encontro, os representantes dos empregados defenderam mais
garantias do que as apresentadas pelo banco.
"Precisamos buscar garantias aos empregados da Caixa, tanto
em relação ao não aumento do seu plano de saúde, quanto na garantia dos
direitos diante da entrada em vigor da reforma trabalhista. Os empregados do
banco estão dando um grande exemplo de luta na defesa da Caixa 100% Pública e
contra o desmonte do banco. Se hoje a direção do banco tem que buscar
negociação, é porque fizemos uma greve de mais de 30 dias e arrancamos um
acordo de dois anos. Além disso, os trabalhadores deram uma grande demonstração
de mobilização nos dias de greve geral”, ressalta o coordenador da CEE/Caixa e
diretor da Fenae, Dionísio Reis.
Veja abaixo os principais pontos reivindicados do banco:
- Não aumento do Saúde Caixa e manutenção do modelo de
Custeio por prazo maior;
- Que o Conselho de Usuários do plano passe a ser
deliberativo (exigência de debater aumentos com o conselho e com a CEE);
- GT entre Caixa e Empregados para debater solução do
Contencioso;
-Incorporação das Funções gratificadas;
- Assinatura do Termo de Compromisso entregue à direção do
banco para resguardar direitos dos empregados, previstos na Convenção Coletiva
de Trabalho (CCT) e Acordo Aditivo da Caixa, diante da nova legislação
trabalhista, que entra em vigor no dia 11 de novembro;
- Garantia de emprego.
-reversão dos descontos dos dias de paralisação;
- Discussão dos superávits com melhorias no plano;
-Porte para gerentes G3 e G4.
- Vale cultura mesmo sem isenção fiscal.
Reajuste
Em 26 de janeiro deste ano, a direção do banco tentou impor
aumento arbitrário sem negociação com a representação dos empregados, o que
afronta o Acordo Coletivo de Trabalho. O custo do plano está garantido por
força de liminar obtida em ação judicial impetrada pela Fenae, Contraf-CUT e
sindicatos de todo o país.
Na audiência inaugural da ação, foi dado prazo para o
Ministério Público apresentar parecer e nova audiência está marcada para 23 de
janeiro de 2018. Até lá, fica mantida a liminar de 31 de janeiro, que suspendeu
o reajuste.
De acordo com a proposta da Caixa, o valor passaria de 2%
para 3,46% da remuneração base. Já em relação à coparticipação das despesas
assistenciais, o percentual passaria de 20% para 30%, e o valor limite anual
subiria de e R$ 2.400 para R$ 4.209,05.
"A Caixa queria impor aumentos absurdos aos empregados de
forma unilateral, sem qualquer negociação. Alegavam resultado financeiro
desfavorável a médio e longo prazo, o que não se sustenta nem mesmo em
auditoria realizada por empresa contratada pelo próprio banco. O aumento só não
ocorreu devido a rápida intervenção do movimento sindical em ação judicial. É
um absurdo que a Caixa insista em monopolizar a gestão e informações do Saúde
Caixa, uma conquista dos empregados que vamos defender a todo custo”, enfatiza
Dionísio.
Custeio
Pelas regras atuais do Saúde Caixa, o banco arca com 70% do
seu custeio, e os empregados, 30%. A porcentagem relativa aos trabalhadores é
mantida por meio de 2% do valor do salário, mais 20% de coparticipação nos
procedimentos médicos, limitado a R$ 2.400.
O modelo de custeio não discrimina idade, faixa salarial ou
se o empregado é aposentado ou da ativa. Todos pagam o mesmo valor. "O modelo
atual de custeio é uma conquista histórica dos empregados obtida na campanha
nacional de 2004 que vem garantindo o equilíbrio do plano a negociação é a
forma de mantermos esses direitos durante essa conjuntura de defesa da Caixa
100% pública e de defesa dos direitos que estão sendo retirados”, ressalta
Dionísio.
Fonte: Fenae. |