"Com a reforma trabalhista, o estado saiu da regulação do
mercado de trabalho, expondo os trabalhadores à fragilidade em todos os
sentidos. Agora temos que nos indagar sobre qual o tipo de mecanismo será capaz
de enfrentar a onda neoliberal. Precisamos de um debate profundo sobre a
reorganização sindical e de que forma será possível contrapor os retrocessos
consumados hoje”.
Reforma da Previdência
"Hoje temos um parlamentar/empresário e sonegador da Previdência na relatoria do
projeto de Reforma. O grande objetivo de tudo isso é fazer um ajuste fiscal
forçado, desvinculando o reajuste das aposentadorias do salário mínimo, que foi
uma importante conquista dos trabalhadores e dos governos populares”, avaliou Rossetto.
Defesa da democracia
Para o ex-ministro, outra grande luta atual é a defesa da
democracia. Segundo ele, o revés político - iniciado com o golpe que destituiu
a presidenta Dilma Rousseff – está apenas começando. "Todos nós acompanhamos a
capacidade dos golpistas de romper com as regras democráticas. Essa turma, que
secularmente explorou o trabalho, é incapaz de conviver com a democracia do
país. Esse é o sentido do movimento. Precisamos rejeitar esse governo golpista,
sem apoio popular. A resposta nas ruas ainda não está à altura porque temos a
tarefa de exercer uma liderança política e social, para resistir e continuar
lutando pela manutenção de direitos e pela democracia”, enfatizou.
Mudanças no Sistema Financeiro Nacional
Na avaliação de Miguel Rosseto, o sistema financeiro nos
moldes de hoje não serve para o país. "A concentração bancária se tornou um
impedimento para o crescimento do país. Nós temos um sistema que sustenta uma
taxa de juros na faixa dos 6% e consegue manter o poder de acumulação, com uma
transferência de renda a partir do poder público. Ou seja, temos um Banco
Central totalmente ausente na regulação de tarifas. O sistema perdeu a
capacidade de transformar a poupança pública em recursos efetivos para a
economia”, analisou.
Para o ex-ministro, é preciso que os bancos públicos sejam
mantidos, com foco no crescimento e no desenvolvimento do país. "Hoje o Itaú é
o nosso banco central. Não há outro país capitalista no mundo com esse perfil
de sistema financeiro.
O Estado do RS e o Banrisul
Segundo Rossetto, os governos de direita destruíram a
capacidade de crescimento do Estado. "Tudo piorou na saúde, educação e outras
áreas. É preciso encerrar esse projeto que promove um estado desigual, sem
desenvolvimento e empobrecido”.
O ex-governador questionou ainda: "no que a venda do Banrisul
altera esse quadro? A resposta é simples, altera em nada. Por isso é
fundamental manter essa luta que vocês estão fazendo. Não só para manter o
banco público, mas para ampliar suas operações. É preciso ter clareza de que
cada tempo carrega o desafio e as oportunidades. Vocês ergueram a bandeira em
defesa do Banrisul no tempo correto”, finalizou Rossetto. *Edição e Imagens: Marisane Pereira Mtb/9519 - Comunicação/Fetrafi-RS |