Por meio de comunicado interno, o Bradesco informou aos seus
funcionários, nesta quinta-feira (13), a abertura de um Plano de
Desligamento Voluntário Especial (PDVE), com vigência entre 17 de julho e
31 de agosto. |
"O banco diz que o plano não afetará o atendimento aos clientes. Isso
quer dizer que, ou o banco promoverá a reposição do quadro de
funcionários, ou aqueles que permanecerem no banco ficarão
sobrecarregados. Ficaremos atentos a essa questão”, disse Roberto von
der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT).
A holding encerrou março de 2017 com 106.644 empregados, com
aumento de 15.249 postos de trabalho em relação a março de 2016. "Temos
que tomar cuidado ao analisar esse dado. Esse suposto aumento do número
de empregos se deu devido à incorporação do HSBC. A verdade é que, se
olharmos a quantidade de funcionários que o grupo possuía logo após a
incorporação, veremos que houve uma redução de 3.278 postos, desde
setembro de 2016”, observou Gheorge Vitti, coordenador da Comissão de
Organização dos Empregados do Bradesco. A mesma ponderação deve ser
feita com relação ao número de agências, que expandiu em 613 unidades no
período. No primeiro trimestre de 2017 foram fechadas 192 agências.
Segundo Josué Pancini, vice-presidente do banco, a tendência é que esse
movimento continue. O banco tinha 5.122 unidades no fim de março,
incluindo as oriundas da aquisição do HSBC.
Incentivos Em seu comunicado o banco informa que quem aderir ao PDVE receberá todas
as verbas rescisórias, inclusive a multa do FGTS e o aviso prévio; além
de um valor equivalente a 0,6 da remuneração fixa por ano de trabalho
no banco (limitado a 12 salários); vale alimentação de seis meses, em
parcela única; manutenção do plano de saúde e odontológica por 18 meses.
Podem aderir ao PDVE os funcionários que estejam aposentados junto ao
INSS, por idade ou tempo de contribuição integral ou proporcional até
31/08, ou estejam aptos a requerer o benefício e trabalhem em uma das
empresas da holding listadas no regulamento há, no mínimo, 10 anos.
"Sindicatos negociam com os bancos a contratação de novos
funcionários, não planos de demissão. Não temos o que falar sobre a
decisão pessoal de cada trabalhador. Apenas os instruímos a ler com
atenção o regulamento para ver se as condições são boas para eles. É uma
decisão pessoal e definitiva, que deve ser tomada com cuidado. O que
preocupa é o coletivo e os possíveis prejuízos que o PDVE trará para os
trabalhadores que permanecerão na empresa”, explicou o presidente da
Contraf-CUT. *Contraf/CUT |