"O BB reafirmou o que já tinha anunciado em mesa de negociação sobre a
VCP: não manterá os salários de 2085 bancárias e bancários
descomissionados que não foram realocados até a presente data.
Acrescenta-se ainda mais 1.043 que tiveram redução salarial por estarem
em cargos inferiores após a reestruturação”, disse Wagner Nascimento,
coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil
(CEBB).
A Contraf-CUT reafirmou ao Ministério Público que desde a primeira
audiência a reivindicação era sempre de VCP permanente. Ou seja, que o
banco assumisse a responsabilidade pela reestruturação ainda em
andamento e mantivesse os salários dos funcionários não realocados até
que a situação fosse completamente resolvida.
Descomissionamentos As entidades sindicais e o MPT cobraram do BB o fornecimento de dados
detalhados com o número de descomissionados por cargos e por Estado. O
Banco se nega a entregar os dados e foi aventado pelo MPT que as
entidades ingressem com ação para pleitear essas informações.
"Os sindicatos apresentaram o problema dos caixas substitutos que
continuam sem nomeação mesmo atuando diariamente há meses, chegando a
mais de ano na função. Houve crítica em relação a essa situação uma vez
que o BB não cria a vaga de caixa e afirma que não nomeia porque não tem
vaga, sendo que o banco é que tem a prerrogativa de criar a respectiva
vaga”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do
Banco do Brasil (CEBB).
Adiantamento para endividados Novamente os sindicatos alertaram que a medida anunciada pelo banco de
adiantamento salarial para os endividados não tem sido acessada pelos
funcionários prejudicados pela reestruturação, uma vez que as regras são
complexas, já que era um programa existente há tempos e anunciado como
medida de amparo à reestruturação, mas continua sem atender aos
funcionários. A Contraf-CUT apresentou o pedido de revisão e adequação
das prestações dos consórcios do BB dos funcionários que tiveram
salários reduzidos na reestruturação.
"O Banco anunciou um incentivo aos funcionários escriturários que se
transferirem para praças de difícil acesso, como uma forma de readequar
os excessos. A medida é positiva, mas atende mais às necessidades do BB
que as dos atingidos pela reestruturação”, disse o dirigente sindical.
Os sindicatos cobraram do BB atenção às agências que recebem
funcionários das agências que foram fechadas, uma vez que as condições
de trabalho pioraram, prejudicando o atingimento das metas e avaliação
dos trabalhadores. O BB anunciou que fará visitas em várias agências com
uma equipe envolvendo as Superintendências e Gerências de Gestão de
Pessoas para avaliar a necessidade de revisão da dotação de funcionários
e medidas no sentido de melhorar o atendimento.
Os sindicatos cobraram a reativação da função de gerentes de negócio
por não ter consenso quanto às explicações do BB acerca das funções dos
gerentes de serviço. Os sindicatos insistem na tese de desvio de função
em cadeia, onde as funções dos gerentes de negócio foram migradas para
os gerentes de serviço e destes para os supervisores de atendimento.
Para Wagner Nascimento, o resultado das audiências de mediação até o
momento, mostram que o banco sempre pregava que tudo ia dar certo no
final, e não deu. "Mais 2 mil descomissionados e mais de mil realocados
com perda salarial mostra o número cruel de redução de renda que chaga
até 70% em centenas de casos. É uma grande irresponsabilidade com a vida
das pessoas e nosso papel é lutar para proteger os funcionários e suas
famílias. Insistiremos no processo de negociação e sensibilização do
banco. Mas, no que não for possível negociar, buscaremos a defesa dos
funcionários inclusive na esfera judicial”, explicou.
O Ministério Público designou uma nova audiência para o dia 20 de julho com os temas pendentes, conforme ata lavrada. *Contraf/CUT |