O banco controlado pelo governo federal anunciou nesta quarta-feira
que o lucro líquido do período somou 1,49 bilhão de reais, alta de 81,8
por cento sobre um ano antes. Em nível recorrente, o lucro subiu 49,6%, a
R$ 1,68 bilhão. Novamente na contramão da média do mercado, a
Caixa observou expansão da carteira de crédito, alta de 4,5% em 12
meses, para fechar março em R$ 715 bilhões. O índice de inadimplência
acima de 90 dias recuou 0,7 ponto percentual em 12 meses, a 2,83%.
Além de receitas maiores com empréstimos, que turbinaram o lucro, o
banco também teve queda de 2,5% nas despesas de captação e aumento nas
taxas cobradas de clientes, o que fez a margem financeira bruta crescer
9,3% em 12 meses. Além disso, as receitas com tarifas cresceram 13,7% contra o
primeiro trimestre de 2016, para R$ 6 bilhões. Além do aumento do valor
das taxas cobradas, o banco também se beneficiou de um salto de 17,3%
com serviços como cobrança, para R$ 811 milhões. Assim, a Caixa
conseguiu compensar a disparada de 35,8% da despesa com provisões para
perdas com calotes, que chegaram a R$ 5,17 bilhões. Em outra
frente, a despesa administrativa caiu 15,8%, para R$ 2,83 bilhões,
mostrando que a Caixa seguiu a tendência recente do setor de cortes de
custos. A despesa com pessoal cresceu 17,2%, a R$ 5,88 bilhões, mas
afetada por provisões de R$ 560 milhões para o programa de desligamento
voluntário, com a saída de 4.429 empregados. Sem isso, o aumento teria
sido de 6,1%. Mesmo com tudo isso, a Caixa viu nova piora em
importantes indicadores de solidez. A rentabilidade anualizada sobre o
patrimônio líquido foi de 7,56%, queda de 2,6 pontos percentuais sobre
um ano antes. Na mesma comparação, o índice de Basileia recuou
0,1 ponto, a 13,59%, com o índice de capital de nível 1 diminuindo 0,6
ponto, para 8,94%. *Reuters |