Após debates, foi aprovado por consenso uma agenda de mobilização para
"criar um clima” de greve geral nos trabalhadores e na sociedade, a fim de
fazer uma paralisação histórica contra os ataques do governo Temer. Haverá
também reuniões com setores estratégicos, como o transporte, mas foi ressaltado
que todos os ramos de atividade são fundamentais e imprescindíveis para o
sucesso da mobilização.
"Consolidamos a unidade das centrais, o que é muito importante para
construir um movimento forte, coeso e unificado, visando tirar a greve geral da
clandestinidade, uma vez que quase não temos espaço na imprensa, e envolver
todas as categorias de trabalhadores e em todas as regiões do Estado”, afirmou
o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Foi definido que, além dos jornais dos sindicatos, haverá panfletagens de
materiais unitários das centrais, afixação de cartazes e circulação de carros
de som em locais de grande movimentação de pessoas.
"Vamos criar um clima de greve geral e avisar que a hora de parar é agora, a
fim de dar um basta ao roubo dos direitos dos trabalhadores”, enfatizou o
presidente da CUT-RS. "Não temos mais tempo a perder para derrotar a fúria das
elites”, enfatizou.
Agenda unitária de mobilização
10/04 – reunião nacional do transporte, em São Paulo; 13/04 – 9h: nova reunião das centrais sindicais, na sede da Força Sindical, em
Porto Alegre; 13/04 – 11h: reunião estadual do transporte, na sede da Força Sindical, em
Porto Alegre; 20/04 – 15h: panfletagem unitária no centro de Porto Alegre; 26/04 – 9h: plenária de mobilização das centrais sindicais, em Porto Alegre; 26/04 – 11h: coletiva de imprensa das centrais sindicais, em Porto Alegre. 28/04 – greve geral
Parar o Brasil para derrotar as antirreformas de Temer
Claudir destacou também a importância das assembléias dos sindicatos e
plenárias de mobilização nos municípios para conscientizar os trabalhadores
sobre a necessidade de participar da greve geral. "Ninguém está livre de
sofrer os ataques dos donos do capital aos direitos sociais, trabalhistas e
previdenciários”, apontou. "Estamos todos e todas no mesmo barco e só lutando
com unidade e mobilização nós podemos salvar as nossas conquistas.”
Para o presidente da CUT-RS, "a greve geral é uma baita oportunidade que
temos para barrar a ofensiva das federações empresariais, que financiaram o
golpe e agora cobram a fatura, que é retirar direitos históricos da classe
trabalhadora. Não temos outra saída a não ser parar o Brasil para derrotar as
antirreformas do governo Temer”.
As centrais salientaram que a greve geral será também um recado aos
deputados e senadores que apóiam o governo Temer no Congresso Nacional.
"Estamos marcando na paleta quem vota contra os trabalhadores, pois terão os nomes
divulgados nas suas bases eleitorais para que não sejam reeleitos em 2018”,
disse o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antonio Güntzel.
Reajuste de 8,2% no mínimo regional
Na próxima terça-feira (11), o projeto de lei (PL 6/2017), que prevê o
reajuste do salário mínimo regional, começa a trancar a pauta de votação do
plenário da Assembleia Legislativa. Enviado pelo governador José Ivo Sartori
(PMDB) aos deputados, o projeto estabelece aumento de 6,48%, igual ao índice do
mínimo nacional e abaixo da variação de 6,58% do INPC em 2016.
As centrais farão um corpo a corpo com os deputados desde o início da manhã
e reiteram a necessidade de que seja apresentada pelos deputados uma emenda com
o índice de 8,2%, com o objetivo de repor a perda de 1,52% correspondente ao
reajuste abaixo da inflação em 2016. A sessão do plenário começa às 14h.
"O chamado piso regional é um poderoso instrumento de distribuição de renda
para os trabalhadores que recebem os menores salários no Estado, bem como
representa um fator de redução das desigualdades e estímulo para o consumo e a
produção, aquecendo a economia gaúcha”, justificou Antônio.
*CUT-RS
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