De julho a setembro, o lucro do segundo maior banco privado do país
somou R$ 3,236 bilhões. Na métrica ajustada, o lucro do período foi de
R$ 4,462 bilhões, recuo de 1,6%. Apesar da queda no comparativo
anual, o lucro ajustado subiu cerca de 7% na base sequencial, evolução
creditada pelo Bradesco à queda nas despesas com provisões para perdas
com inadimplência, menores despesas operacionais e ao aumento das
receitas com tarifas. No fim de setembro, a carteira de crédito
expandida do banco somava R$ 521,77 bilhões, alta de 10% em 12 meses.
Sem HSBC, a queda foi de 6,8%, movimento marcado por forte retração
(10,8%) na carteira de empresas.
O índice de inadimplência do Bradesco acima de 90 dias subiu para 5,35%
no período, ante 4,64% no trimestre anterior e 3,8% em igual etapa de
2015. O banco apontou queda nos indicadores de curto prazo.
Desconsiderando o efeito da consolidação do HSBC, a margem do Bradesco
com juros foi 3,2% menor na passagem do segundo para o terceiro
trimestre, a R$ 14,48 bilhões, refletindo resultados mais fracos em
tesouraria. De julho a setembro, a despesa do Bradesco com
provisão para perdas esperadas com calotes atingiu R$ 5,742 bilhões,
aumento de 49,1% em 12 meses, número fortemente influenciado por maiores
provisões para a carteira do HSBC. Sem ele, a provisão cresceu 18,2%, a
R$ 4,55 bilhões. O banco teve rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 17,6% no período ante 20,7% sobre um ano antes. O lucro da divisão de seguros somou R$ 1,5 bilhão, alta de 14% sobre um ano antes, incluindo HSBC.
As receitas do Bradesco com tarifas e serviços somaram R$ 7,45 bilhões
no trimestre, alta de 16,8%Â sobre um ano antes, com destaque para
segmentos como cartões e fundos. Por causa da entrada de pouco
mais de 20 mil funcionários do HSBC, as despesas do Bradesco com pessoal
subiram 27% do segundo para o terceiro trimestre, a R$ 4,93 bilhões. Da
mesma forma, as despesas administrativas deram um salto de 25% na base
sequencial, para R$ 5,337 bilhões. 'Guidance' Diante
da incorporação do HSBC, o Bradesco revisou suas perspectivas de
resultados para o ano. O guidance de 2016, numa base pro-forma, ou seja,
como se os bancos já estivessem juntos desde o início do ano passado,
aponta queda de 3% a 7% da carteira de crédito, e aumento de 3% a 7% da
margem financeira com juros e das receitas com tarifas. A
projeção também indica que as despesas operacionais do grupo combinado
devem variar de queda de 2% a alta de 2% neste ano e que as despesas com
provisões para perdas esperadas com calotes devem somar de R$ 22,5
bilhões a R$ 25 bilhões. A expectativa anterior para a carteira
de crédito era de queda de 4% a estabilidade, enquanto para a margem a
previsão era de alta de 7% a 11%. *Reuters |