Categorias | 31/08/2016 | 15:08:55
Educadores irão realizar ato estadual contra o parcelamento de salário
manifestação será nesta sexta-feira, 2, em Porto Alegre
 
 

O CPERS/Sindicato prepara uma grande mobilização contra o novo parcelamento de salário dos servidores públicos. Sexta-feira, em Porto Alegre, a entidade irá realizar um grande ato público com protestos em frente ao Tribunal de Justiça (TJ/RS), Ministério Público (MP/RS) e Palácio Piratini.


No TJ/RS, será entregue correspondência ao presidente exigindo providências para obrigar o governo a cumprir a liminar contra o parcelamento de trabalho. No MP/RS, serão solicitadas informações sobre o não cumprimento de uma liminar judicial que proíbe o parcelamento. 

"Se o governador José Ivo Sartori descumpre uma liminar judicial, está incorrendo improbidade administrativa? Se esta prática for caracterizada, Sartori fica sujeito ao pedido de impeachment”, explica a presidente do CPERS, Helenir Schürer.

A entidade orienta a todos os educadores e agentes educacionais a participarem do ato na sexta-feira. A concentração ocorrerá, às 8h30min, em frente ao Ministério Público Estadual, na Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, 80, Bairro Praia de Belas, em Porto Alegre.

Governo usa decreto para colocar em prática o PL 44 
O Projeto de Lei 44/2016, que cria uma brecha para privatização de serviços públicos, sobretudo na educação, voltou a causar indignação à categoria. Durante a greve, o governo do Estado assinou um acordo prometendo aos estudantes e educadores que o PL 44 não seria colocado em votação na Assembleia Legislativa em 2016. Porém, o Piratini parece ter encontrado um atalho para a privatização.

"Recebemos na sexta-feira a informação de que foi publicado no Diário Oficial decreto instituindo o PL 44. Então, o governo mentiu e enganou estudantes e trabalhadores em educação. De forma matreira e subterrânea, Sartori usa o subterfúgio do decreto para colocar em prática aquilo que ele disse que não seria votado na Assembleia. Além de sua irresponsabilidade, o governador prova, com essa ação, que não honra as assinaturas de seus secretários”, destaca Helenir.

O PL 44 autoriza o Poder Executivo a qualificar como organizações sociais "pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à gestão, proteção e preservação do meio ambiente, à ação social, ao esporte, à saúde e à cultura”. Conforme análise do funcionalismo estadual, o projeto permite que o governo do Estado entregue praticamente todos os serviços públicos para o setor privado, com exceção da segurança.

Insegurança e medo nas escolas

O secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Wantuir Jacini, pediu exoneração na quinta-feira após uma mãe ter sido morta a tiros em frente ao Colégio Dom Bosco, em Porto Alegre. Em seguida, Sartori constituiu um gabinete de crise, coordenado pelo vice-governador José Paulo Cairoli. Para a presidente do CPERS, a falta de segurança nas escolas tem colocado educadores e comunidade escolar em um sentimento de insegurança e medo.

"Na primeira quinzena do mês uma mãe foi baleada em frente a uma escola em Viamão e, na semana passada, ocorreu essa tragédia em frente ao Colégio Dom Bosco. A resposta do governo é o gabinete de crise. Porém, Cairoli já disse que não resolve nada em 10 horas. Ele esquece o governo começou faz tempo. É mais fácil esse gabinete resolver uma crise de labirintite, rinite ou uma crise conjugal do que resolver a crise na segurança. Isso é resolvido com investimentos, valorização dos trabalhadores e dar condições de trabalho, coisa que esse governo não tem capacidade para fazer”, afirma Helenir.
 
*Assessoria de Imprensa/ Cpers/Sindicato
Imagem: Divulgação