"Ao analisarmos os dados do Caged, podemos ver que o segmento das
instituições financeiras é um dos que mais demitem no Brasil. Os
balanços dos bancos mostram que eles são os que mais lucram em nosso
país. Pior do que isso, apenas com o que arrecadam com cobranças de
tarifas de serviços prestados aos clientes, sem contar os ganhos com as
demais operações financeiras, altamente lucrativas, daria para pagar
todas despesas com os quadros de funcionários e ainda sobraria muito
dinheiro. Eles não têm motivo para continuar com essa onda de
demissões”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
O último mês com saldo positivo de empregos foi janeiro de 2016,
quando houve mais contratações do que demissões. Desde então, foram
registrados apenas saldos negativos. Nenhum estado apresentou saldo positivo de emprego bancário, ou seja,
todos tiveram fechamento de postos de trabalho. São Paulo, Paraná e Rio
de Janeiro foram os estados mais impactados por esse enxugamento do
quadro, com fechamento de 2.804 (29,1%), 1.322 (13,7%) e 1.049 (10,9%)
postos bancários, respectivamente. Na segmentação por Setor de Atividade Econômica a análise do Dieese
revela que os "bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que
engloba bancos como, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do
Brasil, entre outros bancos menores, foi responsável pela maioria dos
postos fechados (-4.960 postos ou 51,6% do total). A Caixa Econômica foi
responsável pelo fechamento de 4.368 postos (45,4% do total de postos
fechados). Esses dados revelam o impacto do Plano de Desligamento
Voluntário Extraordinário (PDVE), anunciado pela Caixa Econômica Federal
em 7 de janeiro de 2017.
Motivos dos Desligamentos
Do total de desligamentos nos bancos, 52% (9.573) foram sem justa
causa. A participação dos desligamentos a pedido foi expressiva, 41% do
total (7.505), devido à concentração dos desligamentos na Caixa
Econômica Federal por meio do Plano de Desligamento Voluntário
Extraordinário (PDVE) que impactou principalmente o mês de março de
2017. Faixa Etária
Os bancários admitidos concentraram-se na faixa etária até 24 anos de
idade, com saldo positivo em 2.457 postos. Como demonstra a Tabela 2,
os desligamentos concentraram-se nas faixas etárias superiores a 25 anos
e, especialmente, entre 50 a 64 anos, com fechamento de 6.597 postos de
trabalho.
Tempo no Emprego
Entre os 18.324 desligados, 46,6% estavam no emprego há 10 anos ou mais e 18,4% permaneceram entre 5 e 10 anos no emprego.
Desigualdade entre Homens e Mulheres
As 4.409 mulheres admitidas nos bancos nos cinco primeiros meses de
2017 receberam, em média, R$ 3.530,69. Esse valor corresponde a 67,3% da
remuneração média auferida pelos 4.294 homens contratados no mesmo
período.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres é observada também
na demissão. As 9.306 mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido
nos bancos entre janeiro e maio de 2017 recebiam, em média, R$
6.397,68, o que representou 79,0% da remuneração média dos 9.018 homens
que foram desligados dos bancos no período. *Contraf/CUT
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