Derrotada desde a grande crise de dimensão mundial a partir de 2008, a
globalização neoliberal emite sinais cada vez mais evidentes de
dependência de ações de guerra, tradicional e moderna, para evitar a
decadência política e econômica ocidental. A elevação dos gastos
militares, o redirecionamento de parte crescente dos orçamentos para
ações antiterroristas e operações de contrainformação somam-se à
ampliação das bases militares coordenadas desde a Otan (Organização do
Tratado do Atlântico Norte).
Na América Latina, surgem as novas bases militares estadunidenses na
Argentina e no Paraguai, além das já existentes no Chile, Peru e
Colômbia. No Brasil, as iniciativas do governo Temer não se limitam ao
uso do armamento e a militarização contra o povo, mas a presença
crescente dos Estados Unidos, na cessão da Base de Alcântara (no
Maranhão), na ocupação do espaço aéreo, no apoio ao uso dos serviços de
inteligência aos órgãos de Estado e nos exercícios militares na região
da tríplice fronteira amazônica.
Também a aceitação da venda de terras a estrangeiros e a adoção das
reservas ambientais tendem a confirmar que a traição das elites
compromete o futuro possível do desenvolvimento e soberania ao conjunto
dos brasaítico, econômico e social na Eurásia
constitui um novo contexto para a globalização inclusiva, alternativa à
fracassada globalização neoliberal que o governo Temer e suas forças de
sustentação insistem em apoiar.
O inédito motor da globalização inclusiva encontra-se associado a um
orçamento estimado em 26 trilhões de dólares até o ano de 2030 estendido
para as 65 nações que se encontram envolvidas e que respondem por quase
2/3 da população mundial. Esta aliança, que produz interconectividade
em escala global, nasceu em 1999 com a iniciativa de desenvolvimento
regional para uma região da China (Xinjiang) e que a partir de 2013 foi
sendo audaciosamente transformada em projeto de dimensão global.
Para tanto, mais de uma dezena de bancos encontram-se integrados
(Banco Asiático de Desenvolvimento, Banco Asiático de Investimento em
Infraestrutura, Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, Banco
de Desenvolvimento dos Brics, entre outros) tratando de constituir as
bases do impressionante padrão de financiamento do desenvolvimento do
futuro.
A ampliação da capacidade de produção e comércio e a eliminação dos
obstáculos à infraestrutura do conjunto das nações envolvidas apontam
para a construção de um futuro coletivo e inovador, com soberania,
justiça e igualdade.
A resposta popular nas ruas brasileiras evidencia a construção de
alternativas à traição das elites no Brasil. Mais um ótimo sinal de que o
povo é melhor do que a sua elite e de como o Brasil é superior à grave
crise que o governo Temer provocou. *RBA |