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29/05/2017 | 16:05:32 |
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Ato-show no Rio reúne mais de 100 mil pessoas pelas Diretas Já |
Protesto foi pacífico e não teve incidentes do começo ao fim |
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Cerca de 100 mil pessoas foram à praia de Copacabana, no Rio, neste
domingo (28), para participar do ato promovido por artistas e movimentos
populares, exigir a saída do presidente Michel Temer e a realização de
eleições diretas. A estimativa é dos organizadores. A Polícia Militar
não divulgou estimativa. O ato-show começou por volta das 11h e foi até
as 18h30. Reuniu intelectuais, músicos, atores, parlamentares e
lideranças sindicais. Destaques para Caetano Veloso, Milton Nascimento,
Mano Brown, Rappin Hood, Mart'nália, Teresa Cristina, Criolo, Cordão da
Bola Preta,, Otto, Maria Gadú, BNegão, Elisa Lucinda, os atores Vagner
Moura, Gregório Duvivier, Osmar Prado, Antonio Pitanga, Bemvindo
Siqueira, entre outros. As apresentações musicais foram intercaladas
com discursos que terminavam em coros de "Fora, Temer!" e "Diretas Já".
Sem presença ostensiva de força policial, o ato transcorreu o tempo todo
de forma pacífica e nenhum incidente foi registrado. |
"A gente tem hoje um presidente ilegítimo, impopular e criminoso. E esse
Congresso, com maioria investigada por crime de corrupção, não tem
moral para eleger um novo presidente, não pode. Só as eleições diretas
vão tirar o país desse buraco em que a gente está hoje", defendeu
Gregório Duvivier. Cantora, poeta e atriz, Elisa Lucinda fez um
pronunciamento em favor do amadurecimento da cidadania e da democracia
brasileiras, e dos direitos dos trabalhadores. "Dirão para eu deixar de
ser boba, porque desde Cabral todo mundo rouba. Eu digo que não, esse
será meu Carnaval, só com o tempo a gente consegue ser ético e livre, e
não admito que tentem tirar minha esperança. Não dá para mudar o começo,
mas podemos mudar esse final."
O presidente da CUT, Vagner Freitas e
o coordenador da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, reafirmaram a
disposição para a mobilização popular pelo restabelecimento da
normalidade democrática no país.
Freitas afirmou que vai chamar greve geral caso as reformas continuem
tramitando no Congresso. "Não adianta o 'Fora, Temer!' e manter as
reformas. Por que a Globo golpista quer derrotar o Temer? Porque eles
acham que o Temer não consegue aprovar as reformas, então eles querem
colocar um golpista pior para acabar com nossa aposentadoria. Deixo um
comunicado a todo o povo: se as reformas continuarem, já convoco os
trabalhadores e trabalhadores a fazer a maior greve geral da história do
país".
"Esse grande ato-show pelas 'Diretas Já' vai além dos
movimentos sociais e dos partidos de esquerda. Esse movimento representa
os 85% da população brasileira que quer escolher seu presidente. A
população sabe que a única saída para a crise política é chamar o povo a
decidir. Hoje o grito é em Copacabana, mas esse movimento vai tomar o
país nas próximas semanas", afirmou Boulos.
Parlamentares também
marcaram presença no ato. "Para aqueles que falam que não existe solução
jurídica para fazer diretas, eu digo que isso é falso! Na terça-feira
vamos votar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado a PEC das
Diretas. E já vamos mandar um recado para aquele Congresso: nós não
vamos participar de nenhuma eleição indireta! Só o povo pode dar
legitimidade a um novo presidente da República!", disse o senador
Lindbergh Farias (PT-RJ).
"A gente está onde a gente deveria sempre
estar, nas ruas. Chegou a hora de derrotar a cultura do golpe, tem de
ter eleições diretas imediatamente", afirmou o deputado estadual Marcelo
Freixo (Psol-RJ).
Entre as atrações mais esperadas, Caetano Veloso e
Milton Nascimento optaram por não discursar, como fizeram outros
artistas. Caetano, que subiu ao trio elétrico por volta das 17h, soltou
um "Fora, Temer!", antes de começar sua primeira música, Podres Poderes, que cantou acompanhado por Maria Gadú. Milton cantou Paula e Bebeto, Coração de Estudante e Nos Bailes da Vida.
O ato-show foi encerrado por BNegão que lembrou um de seus primeiros sucessos, A verdadeira dança do patinho, com parte da letra adaptada ao cenário político brasileiro, desde a movimentação pelo impeachment de Dilma Rousseff.
*Carta Maior Foto: Mídia Ninja |
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